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Alta da tilápia expõe dilema do setor após inclusão da espécie como invasora
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A tilápia, principal peixe cultivado no Brasil, registrou forte valorização em outubro, ao mesmo tempo em que enfrenta um cenário de incertezas com sua recente inclusão na lista de espécies exóticas invasoras (veja aqui).
Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP) mostram que os preços dispararam diante da escassez de oferta, causada pela falta de alevinos e pelas temperaturas mais baixas que reduziram o ritmo de crescimento dos peixes.
No norte do Paraná, maior polo produtor do país, o quilo da tilápia chegou a R$ 9,19, alta de 7,79% em relação a setembro. No oeste do estado, o preço saltou 11,88%, atingindo R$ 8,31 por quilo. O movimento de alta também foi sentido no mercado externo: as exportações do peixe somaram 1.602 toneladas em outubro, crescimento de 130,4% sobre o mês anterior, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Apesar do avanço, o volume ainda ficou 6,9% abaixo do mesmo período de 2024.
A escalada dos preços reflete um momento de transição delicado para a tilapicultura. A recente decisão do governo federal de incluir a espécie na lista de exóticas invasoras — publicada em portaria do Ministério do Meio Ambiente — trouxe apreensão para os produtores. O setor teme que a medida gere barreiras para a expansão da atividade, sobretudo em estados que ainda avaliam se manterão autorizações para novos empreendimentos.
A tilápia (Oreochromis niloticus) representa mais de 60% da produção nacional de peixes cultivados e sustenta uma cadeia que movimenta bilhões de reais por ano, com destaque para o Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Com a nova classificação, cada estado deverá definir regras próprias para a criação, o que pode aumentar custos, burocracia e incertezas jurídicas.
Enquanto especialistas defendem a necessidade de controle ambiental rigoroso, produtores afirmam que o setor já opera sob normas sanitárias e ambientais consolidadas, e que a inclusão da tilápia na lista pode afetar a competitividade de um segmento que vinha crescendo a taxas próximas de 10% ao ano.
O desafio agora é equilibrar a preservação ambiental com a importância econômica e social da tilapicultura. A forte alta nos preços de outubro mostra que a cadeia produtiva segue aquecida, mas também mais vulnerável. Se por um lado o mercado reage positivamente à menor oferta, por outro, paira sobre o setor a incerteza de como as novas restrições poderão impactar a produção, os investimentos e o abastecimento interno.
Com o consumo em alta e a demanda internacional em retomada, a tilápia se mantém como símbolo de um impasse: o peixe mais popular do Brasil agora carrega o rótulo de espécie invasora e o futuro do setor dependerá de como o país decidir administrar esse paradoxo.
Fonte: Pensar Agro
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Brasil compartilha experiências em economia circular e sistemas integrados de produção durante a COP30
As soluções que unem produtividade, conservação ambiental e inclusão dos pequenos produtores foram tema do painel internacional “Circularity in Integrated Production Systems: Case Studies from South America and Europe”, realizado nesta quarta-feira (12), na COP30, em Belém (PA). Promovido pelo James Hutton Institute (JHI), o encontro reuniu representantes do Brasil, Uruguai, Argentina, Alemanha, Holanda, Itália e Reino Unido para discutir experiências em economia circular e sistemas integrados de produção.
Representando o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Clecivaldo de Sousa Ribeiro, diretor do Departamento de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas e de Indicações Geográficas, destacou as ações do Brasil voltadas à sustentabilidade e à valorização dos pequenos produtores rurais.
“O Mapa tem um protagonismo muito grande nesse tema, com o Plano ABC+, que orienta a agricultura de baixa emissão de carbono, e com a Plataforma Brasil Mais Sustentável, que fomenta o uso de práticas sustentáveis e a qualificação das propriedades rurais, com foco nas exportações de produtos de origem responsável”, afirmou Clecivaldo Ribeiro.
Durante o painel, foram comparadas as experiências brasileiras e escocesas em sistemas integrados de produção, como a Integração Lavoura-Pecuária (ILP), a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e os Sistemas Agroflorestais (SAFs). Esses modelos, além de promoverem eficiência produtiva, contribuem para a redução das emissões e a diversificação econômica no campo.
“Enquanto o grande produtor já tem estrutura para adotar a ILP e a ILPF, o pequeno produtor precisa de apoio técnico e financeiro para adaptar esses sistemas à sua realidade. É isso que temos buscado fomentar com políticas públicas e cooperação internacional”, explicou Ribeiro.
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