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FPA contesta Moratória da Soja e acusa governo de interferir em pacto privado
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A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) voltou a criticar a Moratória da Soja, acordo firmado em 2006 entre empresas, indústrias e ONGs, que ganhou novo fôlego com apoio do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Em reunião nesta terça-feira (23), parlamentares reforçaram que não existe amparo legal para penalizar produtores que seguem o Código Florestal e anunciaram ações contra o pacto.
Cade questiona acordo e governo reage
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) instaurou em agosto um processo por indícios de cartel contra empresas signatárias da moratória e determinou a suspensão do pacto. A decisão provocou reação do MMA. O secretário de Controle do Desmatamento, André Lima, classificou a medida como “subversão absoluta” e informou que a Advocacia-Geral da União (AGU) atuará em defesa do acordo, considerado pelo governo como um “complemento de política pública”.
Para o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), a intervenção do Executivo representa “uso indevido da máquina pública para sustentar um pacto privado em desacordo com a lei”. Segundo ele, trata-se de um “grave desvio de finalidade” e uma tentativa indireta de impor um “desmatamento zero” não previsto no Código Florestal.
Mobilização política contra a moratória
Lupion anunciou que a bancada ruralista irá apoiar ações contra o pacto no Cade e buscará retirar o Executivo das discussões. “O acordo foi firmado entre particulares e judicializado. Não cabe à AGU nem ao MMA interferirem. Vamos agir politicamente e juridicamente para defender os produtores”, afirmou.
Na Câmara, a Comissão de Agricultura aprovou requerimento da deputada Coronel Fernanda (PL-MT) para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue o uso da estrutura do MMA em defesa da moratória. A parlamentar classificou o pacto como “um pesadelo para os produtores em 2025” e disse que “o Brasil não pode aceitar acordos que prejudiquem o setor mais importante da economia”.
Parlamentares defendem fim do pacto
O deputado Sérgio Souza (MDB-PR) destacou que o Código Florestal de 2012 já estabelece regras claras para abertura de áreas e foi validado pelo Supremo Tribunal Federal. “Mesmo onde a lei permite, como no uso de até 20% da área na Amazônia, as trades se recusam a comprar, o que é ilegal e injusto”, criticou.
Já o deputado Alceu Moreira (MDB-RS) defendeu uma saída negociada. “A melhor decisão judicial é sempre um acordo, mas com todas as partes na mesa. A moratória cria produtores de primeira e segunda classe, o que não faz sentido”, afirmou.
O senador Jaime Bagattoli (PL-RO) ressaltou que produtores que abriram áreas legalmente após 2008 foram impedidos de vender sua soja, acumulando prejuízos. O deputado Pedro Westphalen (PP-RS) acrescentou que a FPA continuará atuando ao lado do produtor para encontrar uma solução definitiva.
Impactos econômicos e jurídicos
De acordo com entidades do setor, a moratória já afetou mais de 4.200 agricultores em Mato Grosso, com prejuízos que podem superar R$ 20 bilhões. Pela regra, empresas se comprometem a não comprar soja de áreas desmatadas na Amazônia após julho de 2008, ainda que a abertura tenha sido feita dentro da legalidade do Código Florestal.
Para a FPA, o pacto gera insegurança jurídica, desvaloriza terras legalmente abertas e ameaça direitos constitucionais como a livre iniciativa e o direito de propriedade. “Quem cumpre a lei não pode ser tratado como ilegal”, reforçou Lupion.
Pecuária tropical ganha espaço na agenda
Durante a mesma reunião, a FPA recebeu o movimento Pecuária Tropical pelo Clima, que reúne pecuaristas do Pantanal, Cerrado e Amazônia com foco na sustentabilidade. O grupo entregou uma Carta Aberta, um Chamado à Ação e o Primeiro Acervo Digital das Pecuárias, plataforma de compartilhamento de dados e experiências.
A iniciativa busca consolidar o papel da pecuária como solução para os desafios climáticos, com práticas como recuperação de pastagens e integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF).
“Viemos para construir juntos uma agenda positiva e criar um ecossistema de mercado sustentável. No fim, quem sofre com os problemas climáticos somos nós, produtores”, afirmou o pecuarista Raul Morais, representante do movimento.
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio

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Dia de Campo da Embrapa destaca protagonismo da piscicultura de espécies nativas no Tocantins

O Tocantins se consolida como polo estratégico da aquicultura nacional, com destaque para a produção e exportação de alevinos de espécies nativas, principalmente o Tambaqui. Um Dia de Campo promovido pela Embrapa, em parceria com a ADM, reforçou o potencial econômico e ambiental do setor e os avanços da pesquisa científica voltada à sustentabilidade da piscicultura.
Tocantins lidera produção e exportação de peixes nativos
Segundo a Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR), o Tocantins produziu 18.100 toneladas de pescados em 2024, sendo 17.400 toneladas de espécies nativas, um aumento de 1,54% em relação ao ano anterior. O Tambaqui representa 48,5% da produção aquícola estadual, de acordo com o Ruraltins (Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins), consolidando o estado como líder nacional na exportação de alevinos nativos para as regiões Centro-Oeste e Norte.
Pesquisa foca em eficiência produtiva e sustentabilidade
O Dia de Campo, realizado em 20 de agosto, apresentou resultados de pesquisas iniciadas em março de 2024, que analisaram o desempenho de Tambaqui e Tambatinga (híbrido entre Tambaqui e Pirapitinga) em diferentes fases de cultivo. O estudo avaliou:
- Crescimento e rendimento zootécnico;
- Qualidade da carne, incluindo coloração e textura;
- Aptidão reprodutiva e resistência sanitária;
- Planos alimentares elaborados com soluções do portfólio completo da ADM para aquicultura.
Ricardo Garcia, gerente de aquacultura da ADM, destacou:
“A nutrição é um dos pilares fundamentais para a melhor expressão da genética, da saúde e dos índices zootécnicos. Estamos satisfeitos em apoiar este projeto da Embrapa.”
Resultados mostram vantagens e estratégias para produtores
Os pesquisadores observaram que o Tambaqui alcança até 1,5 kg mais rapidamente, reduzindo o tempo para engorda e permitindo maior retorno financeiro por ciclo, mesmo com consumo de ração superior ao híbrido. Por outro lado, o Tambatinga se mostrou eficiente para otimizar custos, consumindo menos ração para o mesmo ganho de peso.
Luciana Shiotsuki, da Embrapa Pesca e Aquicultura, ressaltou:
“A escolha entre as espécies deve considerar a demanda do mercado regional. Ciência, inovação e conservação ambiental podem caminhar juntas para gerar renda, competitividade e oportunidades para toda a cadeia aquícola brasileira.”
Tocantins reforça liderança e inovação no setor aquícola
O Dia de Campo reforçou o protagonismo do Tocantins na aquicultura nacional e evidenciou o potencial da piscicultura de espécies nativas para aliar preservação ambiental, inovação científica e geração de renda na região. Ricardo Garcia complementou:
“Os resultados demonstram o grande potencial econômico e ambiental da piscicultura de espécies nativas para o Brasil.”
Fonte: Portal do Agronegócio
Fonte: Portal do Agronegócio
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