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POLÊMICA | Controlador enquadra vereadores por verba indenizatória em Primavera
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O controlador interno da Câmara Municipal de Primavera do Leste, Woxiton Vilas Boas de Lima, resolveu tocar na cidade onde atua na principal ferida da maior parte dos parlamentos no Brasil: a verba indenizatória.
Em análise aos pedidos de ressarcimento apresentados por parlamentares em relação a gastos inerentes ao mandato do mês de junho, Woxiton apontou, dentre outas coisas, falta de “objetividade”, “clareza” e organização”, por parte dos vereadores.
Em tom de quase ameaça, o controlador informa que, sob risco de possíveis indeferimentos futuros, ou seja, dos parlamentares não serem ressarcidos, que os mesmos atentem-se a “relatórios reais”, expondo indícios de fraude na Casa de Leis.
“Com base nos relatórios apresentados para apreciação da Controladoria, não é possível comprovar que as despesas realmente foram realizadas (efetivas) em virtude de atividade parlamentar, visto que, não há documentação comprobatória dos gastos realizados”, despachou, citando ainda a existência de “relatórios padronizados”, o que seria um parlamentar “colando” os gastos do outro para alcançar o ressarcimento.
No parlamento de Primavera, o vereador recebe, além do salário por volta de R$ 6.500,00, uma cota agregada de R$ 5.000,00 para ser ressarcido mediante gastos mensais inerentes a atividade parlamentar. Apenas o presidente da Casa, Manoel Mazzutti (MDB), e o vereador, Adriano Carvalho (PODE), abrem mão do benefício.
O que indica o controlador é que muitos parlamentares não estariam justificando adequadamente os custos que tiveram para justificar o recebimento da verba indenizatória. A questão que paira, todavia, citada pelo próprio controlador em seu parecer, é que o próprio Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso – TCE/MT já derrubou a anterior obrigatoriedade de que fossem apresentados comprovantes das despesas (recibos e notas fiscais).
Na prática, essa decisão acabou tornando a verba indenizatória um incremento praticamente institucionalizado e real do salário, embora o controlador de Primavera ressalte que “nada impede que o vereador apresente os comprovantes para atestar o que é declarado”.
Guerra

Vereador critica postura do controlador.
O polêmico vereador, Luis Costa (PDT), que sequer foi um dos alvos do controlador no mês de junho, resolveu reagir, em nome dos outros 14 colegas, e cobrar do presidente da Câmara de Primavera, Manoel Mazzutti (MDB), que proceda com um “aviso de advertência” a Woxiton.
Na visão de Luis, o controlador estaria espetacularizando a questão e extrapolando suas funções, que deveriam se resumir a meramente esclarecer e dar suporte aos legisladores, não acusá-los. O pedetista se revoltou ao ver o parecer do servidor ser impresso e enviado para todos os gabinetes, expondo uma situação que deveria ser interna, como refere-se, inclusive, a nomenclatura completa do cargo do controlador.
“O controlador interno não tem função de fiscalizar. Ele é um auxiliador, como é o Tribunal de Contas, que só vai virar órgão autuador depois. A postura do Tribunal hoje é nesse sentido, “faz assim que é melhor, esse aqui é o caminho e etc…” e não expor em documento público e distribuir em todos os gabinetes”, externou, referindo-se ao praticado por Woxiton.
Luis ainda afirma que existe uma guerra interna dentro da Câmara, entre concursados e cargos de confiança, com interferências diretas no trabalho do legislativo. Costa cita perseguição a parlamentares da oposição, como é seu caso.
“Tudo que é contra a oposição passa. Tenho uma Comissão Parlamentar buscando cassar meu mandato e o controlador cobrou a relatora pedindo prazos e tentando acelerar o processo. O que ele tem a ver com matéria de propositura legislativa? (…) É hora de colocar cada um no seu lugar. O parlamento precisa de autonomia e independência para trabalhar”, rebate.

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Vereadores veem Luciana isolada após ataques a Cláudio
Parlamentar do PL resolveu partir pra cima do prefeito do mesmo partido, expondo problemas na estrutura de uma unidade de saúde

A semana começou com lideranças da política rondonopolitana repercurtindo as mais recentes movimentações da vereadora do PL, Luciana Horta, que gravou vídeos e usou o defeito de um aparelho de ar-condicionado, dentre outras questões pontuais no mobiliário de uma unidade de saúde do setor Industrial e também no Paineiras, para atacar a gestão do prefeito e correligionário, Cláudio Ferreira (PL).
Três vereadores ouvidos pela reportagem, sendo dois da base e um da oposição, foram unânimes em projetar a parlamentar, que sonha com a Assembleia Legislativa de Mato Grosso, colhendo isolamento no parlamento diante da postura adotada. “A oposição naturalmente que vai achar bom demais essas brigas (sic), mas claro que isso não faz dela alguém da nossa mais alta confiança. Talvez se torne uma aliada de ocasião, apenas”, relatou um vereador do grupo minoritário, que hoje se declara adversário de Ferreira.
Já a fala dos aliados do prefeito é de lamento. “A cidade inteira sabe que ela atuou por oito anos como médica na rede municipal. Ela viveu o caos na época do Zé do Pátio, onde até operação policial chegou na Secretaria de Saúde, e mesmo já sendo uma liderança de direita não se tem notícia da Luciana fazendo denúncias ou coisa do tipo. Eu lamento porque trata-se da vereadora mais votada em 2024, mas que erra na estratégia ao não apoiar o primeiro prefeito de direita da história de Rondonópolis. Isso só dá força para nossos adversários”, citou.
A outra fonte ouvida reforçou que a colheita política e eleitoral deste tipo de atitude não costuma ser boa. “A população tem leitura crítica e sabe que quem realmente quer resolver, diante do tipo de problema que ela apresentou, procura o secretário e o prefeito para achar a solução. Óbvio que se fosse uma situação gritante nós também abraçaríamos a causa, mas não pareceu o caso. A verdade é que a cidade passa por um processo de reconstrução e a população está dando esse voto de confiança ao prefeito. O que ela fez, infelizmente, soa oportunista e isso normalmente não é bem recebido pelo eleitor”, avaliou o membro do parlamento municipal, que como os outros dois pediu para não ser identificado.
O prefeito Cláudio Ferreira (PL) e o secretário de saúde, Mykaell Vitorino, não se pronunciaram diretamente às falas da vereadora. O chefe da pasta se resumiu em dizer que a herança no setor não foi boa e que a gestão está empenhada em adequar tudo para dentro de um bom padrão de qualidade no atendimento da população.
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