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MAIS LENHA NA FOGUEIRA

Cattani enfrenta Virgínia e homenageia bispo humilhado por ela

A honraria foi proposta pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL), que deixou claro que a iniciativa é para sair proteger a honra do bispo

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Deputado reiterou que o agora secretário de Várzea Grande é um homem honrado e que sempre defendeu os bons costumes, citando que ele apenas fez uma crítica.

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou, nesta quarta-feira (22), uma moção de aplausos ao secretário de Assistência Social de Várzea Grande, bispo Gustavo Duarte, por seu empenho em projetos sociais e políticas conservadoras no estado.

A honraria foi proposta pelo deputado estadual Gilberto Cattani (PL), que deixou claro que a iniciativa é para sair em defesa da honra do bispo após ele ter sido humilhado pela primeira-dama de Mato Grosso, Virginia Mendes (União Brasil), em ato público recente.

Por mais de quatro minutos, Virgínia focou seu discurso para externar uma mágoa pessoal com o secretário em virtude dele ter feito um vídeo e criticado seu marido, o governador, Mauro Mendes (UB), por ter usado uma aeronave e não um carro para ir de Cuiabá até o Malai Manso Resort, em 2023, inclusive para que pudesse notar a realidade do asfalto do trecho.

Embora o vídeo do agora secretário não tenha tido nenhum teor pessoal contra o governador e sua família como sugere Virgínia, até porque se assim fosse certamente o mesmo seria processado, a primeira-dama não perdeu a oportunidade de lavar a roupa suja e, mais uma vez, deixou claro a falta de tolerância com as críticas, que são corriqueiras na vida pública.

“Ele passou por uma tentativa de humilhação. E nós não podemos aqui permitir que isso aconteça com uma pessoa excepcional como é o bispo Gustavo Duarte. Então, nós queremos aqui deixar o nosso apoio, a nossa confraternização a ele, o nosso reconhecimento a ele, dizer que ele tem aqui, nesse Parlamento, respaldo para continuar sendo a pessoa espetacular que ele é. E no comando da secretaria que ele assume agora, ele com certeza fará com que o povo de Várzea Grande seja cada dia mais feliz e mais respeitado”, comentou.

Envergonhado, ​no momento da fala de Virgínia, o bispo até tentou se defender, pontuando que não teria feito ataques, apenas questionamentos. No entanto, ele acabou sendo novamente repreendido, inclusive pela prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), para que ouvisse calado. Horas depois, ele compartilhou um novo vídeo pedindo perdão, reiterando que até por atuar no mesmo setor da primeira-dama do estado precisa e conta com sua parceria. 

 

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Juíza arquiva inquérito aberto a pedido de Mauro contra Aprá e Popó

O caso já se arrastava há alguns anos e chegou até a gerar operações policiais de busca e apreensão na casa de Aprá e Popó

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Governador foi protagonista em uma ação policial que acuou críticos do seu governo que ele chamou de 'quadrilha', mas que não teve elemento para virar ação penal.

Em decisão publicada recentemente, a juíza Fernanda Mayumi Kobayashi, do Núcleo de Inquéritos Policiais, acatou manifestação do Ministério Público de Mato Grosso – MPMT e mandou arquivar um inquérito aberto pela Polícia Civil onde a investigação apontava a existência de uma associação criminosa que tinha como foco perseguir o governador, Mauro Mendes (UB), e sua família. Entre os denunciados estavam o jornalista, Alexandre Aprá, e Marco Polo de Freitas, o Popó, irmão do ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).

O caso já se arrastava há alguns anos e chegou até a gerar operações policiais de busca e apreensão na casa de Aprá e Popó, bem como levou agentes de segurança atrás de Luiz Augusto Vieira Silva e William Sidney Araújo de Moraes, outros apontados na época como partes de uma ‘quadrilha’ formada por ‘malandros, sem vergonhas e irresponsáveis’, segundo comentou publicamente o próprio governador, que nunca fez questão de esconder seu protagonismo na ofensiva. Na narrativa, Mendes adotou a pauta nacional do ‘combate às fake news’, ao que classificou como uma onda de ataques à sua família.

Na decisão recente, porém, a magistrada citou a ‘inexistência de elementos suficientes’ para embasar o oferecimento de denúncia, já que não foi possível comprovar o vínculo associativo entre os envolvidos e o suposto trabalho orquestrado contra a família Mendes. Fernanda Mayumi reiterou posicionamento do MPMT, onde foi detalhado a falta de condições técnicas para configurar a materialidade delitiva apontada pelo inquérito quanto aos crimes de associação criminosa e de perseguição, consequentemente tornando imprópria a ação penal.

Mauro e a esposa, Virgínia Mendes, são acusados por Aprá de terem contratado um detetive particular, que foi gravado instalando um rastreador no carro do jornalista. Em uma gravação, o profissional da espionagem detalha que a ideia era montar uma cena para assassinar a reputação do comunicador, responsável por diversas denúncias sobre a gestão estadual, e diz que ‘trabalhava para a primeira-dama’. A acusação de Aprá, em atribuir a responsabilidade da contratação do espião à família Mendes, mesmo com a materialidade do vídeo, também foi anexada contra si na ‘Operação Fake News’ – alicerçada no inquérito agora arquivado – segundo citou a própria Polícia Civil.

Mais repercussões jurídicas

Em março de 2024, a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, determinou a suspensão dos efeitos da decisão do juiz João Bosco Soares, de Mato Grosso, que permitiu a busca e apreensão de aparelhos eletrônicos e computadores de Aprá, Popó e também do jornalista Enock Cavalcanti, ação feita tendo como base o inquérito aberto pela Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos, sob a titularidade do delegado Ruy Peral. A liminar foi concedida nos autos da Reclamação Constitucional movida pelos jornalistas em conjunto com o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso-SINDJOR/MT, a Federação Nacional dos Jornalistas-FENAJ e o Instituto Vladimir Herzog.

Em contato com a reportagem do MINUTO MT, Popó Pinheiro citou que as decisões judiciais são capazes de evidenciar o flagrante excesso da ação policial em Mato Grosso, em virtude de pressão diretamente exercida pelo atual gestor estadual. “A decisão que obtivemos no STF, em manifestação da ministra Carmen Lúcia, bem como esse despacho agora da juíza Fernanda, deixam claro que Mato Grosso vive, na prática, uma monarquia horrenda. No lugar de se portar como homem público democrático e saber que nessa posição é natural receber críticas, o nosso “rei” usa o Estado para perseguir e acuar, com poder de polícia, quem ousa falar a verdade sobre sua gestão. É o nosso Henrique VIII”, ironizou Popó.

Até o momento, o governador não se manifestou sobre o assunto. O espaço segue aberto e o contato pode ser feito via [email protected]

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