FORA SALÁRIO
Desembargador de MT recebe R$ 1 milhão só de 'extras' em 2024
O desembargador Luiz Ferreira da Silva, ainda de acordo com a publicação, foi o mais agraciado com os chamados ‘extras’
ESPIA AÍ

Os chamados ‘extras’ ou ‘penduricalhos’, recursos públicos pagos além dos salários, como indenização, aos 39 desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso – TJMT, rendeu a um deles, segundo publicação do site J1 Agora, mais de R$ 1 milhão durante o exercício de 2024.
Os relatórios financeiros apontam um total de R$ 32,9 milhões que caíram nas contas doa 39 magistrados com a função de encorpar o salário e que na prática dribla o atual teto constitucional de R$ 44 mil. Os meses com o maior recebimento foram maio e junho, com R$ 140 mil em cada.
Fazem parte dos “penduricalhos” recebidos pelos magistrados o adicional por tempo de serviço, auxílios alimentação, natalidade, saúde, moradia, ajudas de custo, além de abono permanência, abono de férias, entre outros.
O valor é tão alto que chega perto dos R$ 33,3 milhões que o Governo do Estado gastou na reforma do Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidade (Cermac) e o MT Hemocentro, ambos em Cuiabá.
Apesar de todo esse volume, em dezembro de 2024 o TJMT virou notícia nacional após ser pago um bônus natalino de R$ 10 mil em forma de vale alimentação para servidores e magistrados, em um total de R$ 50 milhões que ficou conhecido como ‘vale-peru’.

ESPIA AÍ
Juíza arquiva inquérito aberto a pedido de Mauro contra Aprá e Popó
O caso já se arrastava há alguns anos e chegou até a gerar operações policiais de busca e apreensão na casa de Aprá e Popó

Em decisão publicada recentemente, a juíza Fernanda Mayumi Kobayashi, do Núcleo de Inquéritos Policiais, acatou manifestação do Ministério Público de Mato Grosso – MPMT e mandou arquivar um inquérito aberto pela Polícia Civil onde a investigação apontava a existência de uma associação criminosa que tinha como foco perseguir o governador, Mauro Mendes (UB), e sua família. Entre os denunciados estavam o jornalista, Alexandre Aprá, e Marco Polo de Freitas, o Popó, irmão do ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).
O caso já se arrastava há alguns anos e chegou até a gerar operações policiais de busca e apreensão na casa de Aprá e Popó, bem como levou agentes de segurança atrás de Luiz Augusto Vieira Silva e William Sidney Araújo de Moraes, outros apontados na época como partes de uma ‘quadrilha’ formada por ‘malandros, sem vergonhas e irresponsáveis’, segundo comentou publicamente o próprio governador, que nunca fez questão de esconder seu protagonismo na ofensiva. Na narrativa, Mendes adotou a pauta nacional do ‘combate às fake news’, ao que classificou como uma onda de ataques à sua família.
Na decisão recente, porém, a magistrada citou a ‘inexistência de elementos suficientes’ para embasar o oferecimento de denúncia, já que não foi possível comprovar o vínculo associativo entre os envolvidos e o suposto trabalho orquestrado contra a família Mendes. Fernanda Mayumi reiterou posicionamento do MPMT, onde foi detalhado a falta de condições técnicas para configurar a materialidade delitiva apontada pelo inquérito quanto aos crimes de associação criminosa e de perseguição, consequentemente tornando imprópria a ação penal.
Mauro e a esposa, Virgínia Mendes, são acusados por Aprá de terem contratado um detetive particular, que foi gravado instalando um rastreador no carro do jornalista. Em uma gravação, o profissional da espionagem detalha que a ideia era montar uma cena para assassinar a reputação do comunicador, responsável por diversas denúncias sobre a gestão estadual, e diz que ‘trabalhava para a primeira-dama’. A acusação de Aprá, em atribuir a responsabilidade da contratação do espião à família Mendes, mesmo com a materialidade do vídeo, também foi anexada contra si na ‘Operação Fake News’ – alicerçada no inquérito agora arquivado – segundo citou a própria Polícia Civil.
Mais repercussões jurídicas
Em março de 2024, a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, determinou a suspensão dos efeitos da decisão do juiz João Bosco Soares, de Mato Grosso, que permitiu a busca e apreensão de aparelhos eletrônicos e computadores de Aprá, Popó e também do jornalista Enock Cavalcanti, ação feita tendo como base o inquérito aberto pela Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos, sob a titularidade do delegado Ruy Peral. A liminar foi concedida nos autos da Reclamação Constitucional movida pelos jornalistas em conjunto com o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso-SINDJOR/MT, a Federação Nacional dos Jornalistas-FENAJ e o Instituto Vladimir Herzog.
Em contato com a reportagem do MINUTO MT, Popó Pinheiro citou que as decisões judiciais são capazes de evidenciar o flagrante excesso da ação policial em Mato Grosso, em virtude de pressão diretamente exercida pelo atual gestor estadual. “A decisão que obtivemos no STF, em manifestação da ministra Carmen Lúcia, bem como esse despacho agora da juíza Fernanda, deixam claro que Mato Grosso vive, na prática, uma monarquia horrenda. No lugar de se portar como homem público democrático e saber que nessa posição é natural receber críticas, o nosso “rei” usa o Estado para perseguir e acuar, com poder de polícia, quem ousa falar a verdade sobre sua gestão. É o nosso Henrique VIII”, ironizou Popó.
Até o momento, o governador não se manifestou sobre o assunto. O espaço segue aberto e o contato pode ser feito via [email protected]
-
ESPIA AÍ6 dias atrás
Presidente do TJMT diz ao STF que vale-peru trazia ‘dignidade’
-
POLÍTICA6 dias atrás
Com duas já instaladas, Câmara de Cuiabá abrirá mais três CPI’s
-
POLÍCIA6 dias atrás
Acusado de diversos crimes, delegado é preso em Mato Grosso
-
POLÍCIA6 dias atrás
Avó atropelada com os netos não resiste aos ferimentos e morre