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Estadão, UOL e Folha apontam Mauro como possível mentor de perseguição criminosa a jornalista
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Os veículos de comunicação de circulação nacional ESTADÃO, FOLHA DE SP e UOL, além da versão digital da revista ISTO É DINHEIRO, publicaram, neste fim de semana, o caso da perseguição ao jornalista Alexandre Aprá, dono do site “ISSO É NOTÍCIA”, de Mato Grosso, que teve de fugir do estado por estar sendo criminosamente monitorado por um detetive, com passagens na polícia, inclusive com acusação de ser pistoleiro.
O contratante que estaria por trás de toda a intimidação ao profissional da imprensa seria o próprio governador do estado, Mauro Mendes (DEM). O rosto de Mendes, inclusive, ficou estampado na maioria dos sites acima citados. Ele é textualmente acusado por Aprá, ao lado da esposa, Virgína Mendes, em uma noticia-crime-PF efetuada por junto à Polícia Federal. Após isso, o jornalista foi embora do estado, no último dia 3 de setembro.
Aprá recebeu informações de que estaria sendo monitorado e infiltrou um amigo, que se apresentou ao “detetive” como desafeto do jornalista. Ao ganhar a confiança do espião, com ideias e informações sobre Aprá, o infiltrado passou a colher vídeos e diversos áudios que vinculam diretamente o governador, a esposa e o empresário aliado, Ziad Fares, da ZF Comunicação, que há anos presta serviços de publicidade a Mendes, ao serviço de espionagem.
A Rede de Apoio
Ziad foi colocado na missão de se relacionar diretamente com o detetive, acusado de ser pistoleiro, Ivancury Barbosa. Por meio do aliado que se infiltrou, chamado de “anjo” na denúncia realizada por Aprá na PF, o jornalista teve acesso a diversas provas de que sua vida corria riscos e de que era criminosamente perseguido, inclusive com um vídeo de Ivancury instalando um rastreador em seu veículo.
Ao saber que foi descoberto, o detetive entrou pessoalmente em contato com Aprá e assumiu que havia sido contratado para persegui-lo e fez insinuações intimidatórias. O jornalista possui diversos áudios em que o detetive cita o nome do governador, de Ziad e de Virgínia ao “anjo”.
De acordo com o plano desmascarado por Aprá, a intenção era implantar drogas e armar um “flagrante fajuto” entre o jornalista e um menor, em uma cena de abuso sexual. O primeiro objetivo então seria o de “assassinar a reputação”, mas insinuações a atentados contra a vida do profissional da imprensa teriam sido citados nos áudios captados e agora nas mãos da PF.
FENAJ e SINDICATO
Em nota conjunta, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas do Estado de Mato Grosso repudiaram as ameaças, prestaram solidariedade a Aprá e cobraram a investigação da denúncia.
“Diante da gravidade da situação, a FENAJ e o Sindicato dos Jornalistas de MT exigem celeridade nas investigações. A liberdade de imprensa está sendo atacada e o direito da sociedade à informação está sendo desrespeitado. Alexandre Aprá está sofrendo prejuízos à sua atividade profissional e também à sua vida pessoal. A ação das autoridades competentes é, portanto, urgente. A liberdade de imprensa é imprescindível à democracia”, diz o texto.
Governador e Primeira-Dama
Em nota, a assessoria de imprensa de Mauro e Virgína Mendes afirmou que “é mentirosa e caluniosa a versão de que o Sr. Mauro Mendes e Sra. Virgínia Mendes teriam participado de suposta contratação de ‘detetive’ para flagrar o envolvimento do Sr. Alexandre Aprá com drogas e pedofilia”.
Segundo o manifesto, “são várias as investidas do Sr. Alexandre Aprá contra a honra do Sr. Mauro Mendes e de sua família. No ano de 2020, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso o condenou a pena de 1 ano e 3 meses de detenção pela prática do crime de calúnia. Em julho deste ano, ele se tornou réu pelo crime de difamação, ao distorcer a verdade sobre um anel com pedra de zircônia, avaliado em R$ 1.200,00, que a Sr. Virgínia Mendes recebera de presente de aniversário, em 2019, de um amigo de 20 em 2019, de um amigo de 20 anos.
Novamente, o Sr. Alexandre Aprá, que é financiado por agentes políticos e adversários com contrato vultuoso, incompatível com a pequena estrutura de seu blog, volta a atacar a reputação do Sr. Mauro Mendes e de sua esposa. Será mais uma vez processado por calúnia”, finaliza o texto.

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Pátio e Mauro se revoltam com ações de socorro econômico de Bolsonaro
Elevação do Auxílio-Brasil para R$ 600, voucher de R$ 1.000,00 para caminhoneiros e outras medidas irritaram governador e prefeito

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil) e o prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio (PSB), cada dia mais próximos e trocando “carícias verbais” na imprensa, detonaram o Congresso Nacional e o Governo de Jair Bolsonaro (PL) pela aprovação da PEC 01/2022, que abriu, nesta semana, R$ 40 bilhões de créditos no orçamento da União para conceder aumento ao programa Auxílio Brasil e outros benefícios sociais.
Para o governador, não passa de “mais uma medida eleitoreira”, em virtude de ter sido aprovada a apenas três meses das eleições. “É muito ruim você ver o governo federal, nas vésperas de eleição, não só o Executivo, mas todo o Congresso, pensando apenas num jeito de ganhar um ‘votinho’. Isso é muito ruim, isso quebra a sociedade brasileira, isso quebra o nosso país, quebra o nosso estado. Ou você faz um trabalho sério, honesto, verdadeiro, ou a gente vai pro buraco”, afirmou Mauro, em entrevista nesta sexta-feira (1º), causando estranheza, sobretudo após o próprio Bolsonaro surgir publicamente para dizer que caminhará lado a lado ao gestor estadual nas eleições 2022.
Entre as medidas aprovadas, dentro de um pacote de “socorro econômico”, para minimizar sobretudo efeitos da pandemia, está previsto reajuste de R$ 400 para R$ 600 do Auxílio Brasil (ex-Bolsa Família), aumento de R$ 53 para R$ 120 do vale-gás, criação do auxílio-caminhoneiro de R$ 1 mil e criação de um auxílio para taxistas, com custo de R$ 2 bilhões.
Para Mauro, que não costuma colocar a população mais carente como pauta de suas ações, o momento é o pior possível, pois o Governo Federal está sem capacidade para investimentos e, ainda assim, amplia a assistência social. “Eu sempre critiquei e vou continuar criticando medidas eleitoreiras, medidas de cunho eleitoral sem planejamento, sem lastro na capacidade real, sem lastro numa política pública de médio e longo prazo. O governo federal hoje não consegue fazer nada de investimento”, atacou o governador.
Mauro, na verdade, está em uma espécie de “guerra fria” com Bolsonaro desde que o presidente conseguiu aprovar no mesmo Congresso Nacional, nos últimos dias, um teto máximo de 17% ao ICMS, imposto estadual que representa próximo de 90% da sua arrecadação. Mendes terá que reduzir em 6%, por exemplo, a incidência tributária sobre a gasolina e, ao todo, perderá mais de R$ 1 bilhão de recursos que recolheria do bolso do cidadão.
Mendes até foi orientado a segurar os ataques a Bolsonaro em virtude do ano eleitoral, todavia, o governador se sente absoluto e diante da inércia da oposição em lançar um nome competitivo não vê mais necessidade de ter o apoio do presidente para garantir sua reeleição e decidiu “chutar o balde” e vem chamando de “manobra” todas as recentes atitudes do mandatário nacional.
“Se tivesse feito esse planejamento lá atrás, em 2021, aprovado pra esse ano, eu não estaria fazendo essa fala. Agora, de última hora, 3 meses antes da eleição, é achar que o povo é bobo também, né. O povo não é bobo. Hoje em dia o cidadão eleitor está muito esperto (…) O que salva esse país é um trabalho sério, honesto e competente. Fora disso, é papagaiada, é medida eleitoreira”, esbravejou o governador.
Já o prefeito Zé do Pátio (PSB), que comanda a maior cidade do interior de Mato Grosso, também tratou de criticar. O que chamou atenção, contudo, é que Pátio, defensor assíduo de Lula (PT), principal ameaça ao projeto de reeleição de Bolsonaro, teve muito mais cuidado de criticar do que o próprio Mendes, que se diz aliado bolsonarista.
“Não posso aqui deixar de colocar uma dúvida no ar, com esses projetos de emenda constitucional que estão acontecendo em Brasília. Que na minha opinião está comprometendo a receita dos municípios e pode comprometer sim os interesses da sociedade mato-grossense neste momento. Nós não podemos fazer demagogia por dinheiro com a receita dos municípios. E isso está acontecendo (…) Estamos vendo algumas atitudes em Brasília que têm que ser questionadas”, sinalizou Pátio, sem utilizar palavras mais fortes, feito o governador.
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