ENTREGOU NOVAS PROMESSAS
Muita espuma e pouco chope
Gestor estadual esteve na maior cidade do interior, que não tem boa apreciação sobre seu trabalho, e novamente decepcionou
ESPIA AÍ

A vinda do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (UB), para Rondonópolis, prometia muito, mas acabou frustrando quem estava esperando um pouco mais do que apenas promessa. De concreto, literalmente, o gestor estadual entregou pouco mais de 4 quilômetros da avenida W11 e a ponte, seguindo o mesmo curso, sobre o Rio Vermelho. Acontece que a obra foi fruto de um convênio estabelecido pelo prefeito Zé do Pátio (PSB), em seu mandato anterior, com o ex-governador, Pedro Taques.
O próprio Mauro reconheceu nas entrelinhas, durante sua fala, que apenas finalizou o projeto. Além da W11, o governador “lançou” uma série de licitações e convênios, que, como todo brasileiro está cansado de saber, pode ser que saia ou pode ser que não, depende da empreiteira que vá pegar, se vai dar conta, de fato, de terminar, além de uma série de fatores que transformam o ato desta sexta-feira (3) em mais perfumaria do que qualquer outra coisa.
O atual deputado federal, José Medeiros (PL), aliás, alfinetou o governador durante entrevista no podcast “Tudo Menos Política”, na última quinta-feira (2) dizendo que esperava mais de Mauro. “Essa é velha. Vir até a cidade em ano eleitoral pra lançar pedra fundamental o povo não aguenta mais. Já é o quarto ano do governador, esse já era o momento de estar entregando obra pronta, não fazer evento pra dizer que vai fazer. Essa do Pedro Taques não conta”, pontuou o parlamentar, referindo-se a W11.
Segundo material enviado pela assessoria do governador, contudo, foram confirmados cerca de R$ 133 milhões de investimentos pra beneficiar diversas regiões da cidade, como as rurais Naboreiro e Carimã, no futuro. Quanto a precariedade de estrutura do atual Hospital Regional ou o vergonhoso Anel Viário, demandas consideradas urgentes pela população local, pelo menos no que a equipe de Mendes confirmou à imprensa, nada foi encaminhado .
O vereador Reginaldo Santos (SD) reforçou diretamente ao gestor estadual a necessidade urgente de um novo Hospital Regional para substituir a atual estrutura, construída na época que Carlos Bezerra (MDB) foi governador e que hoje já não comporta demandas vindas de um universo de 600 mil pessoas.

ESPIA AÍ
Bem nas pesquisas, Mauro não admite que apoio de Bolsonaro influencia
Na última pesquisa realizada pelo instituto PercentBrasil, Mendes venceria em primeiro turno, com 62,5% dos votos válidos.

Mesmo depois de um anúncio público do presidente, Jair Bolsonaro (PL), que ignorou as tantas críticas que recebeu e colocou seu prestígio a favor de Mauro Mendes (UB), que tenta reeleição, o governador não admite que a força eleitoral do mandatário nacional tenha qualquer influência nos seus bons números em pesquisas de intenção de voto.
Vaidoso, Mauro sustenta que os seus projetados mais de 60% de prováveis votos válidos, que surgiu na amostragem, e toda boa avaliação da população à sua gestão são frutos do trabalho que tem feito desde 2019 e chegou a mostrar até visivel irritação, quando questionado no fim de semana sobre isso.
A declaração do governador ocorreu devido a uma fala do deputado estadual, Gilberto Cattani (PL), que afirmou que Mendes e o senador Wellington Fagundes (PL) só estavam favoritos nas pesquisas por causa do presidente Jair Bolsonaro (PL), que adiantou apoio aos dois. Para Mauro, não teve peso.
“Nossa administração foi conhecida em cima de trabalho e de resultados, se alguém desconhece isso é porque não vive em Mato Grosso, não conhece os números do nosso estado”, afirmou.
Na última pesquisa realizada pelo instituto PercentBrasil, Mendes venceria em primeiro turno, com 62,5% dos votos válidos. A pesquisa foi realizada entre os dias 01 e 06 de junho e foram entrevistados 812 pessoas por telefone.
O governador disse que os números são um reflexo dos investimentos feitos em Mato Grosso que, segundo ele, inclui todas as áreas do serviço público.“Se nós estamos bem nas pesquisas não é devido à A, B ou C e sim tudo aquilo que o governo fez. Somos o estado que mais investe”, disse.
Críticas a Bolsonaro
A aparente “certeza de vitória”, já materializada por um dos seus principais aliados, o ex-senador Cidinho Santos, que desdenhou e indicou que Mauro não precisaria de Bolsonaro pra se reeleger, tem dado ao governador uma postura de quase opositor ao criticar abertamente as ações de Bolsonaro, tanto para limitar o ICMS (imposto estadual), como para conceder um voucher de R$ 1.000,00 para caminhoneiros, como para elevar o Auxílio-Brasil (antigo Bolsa Família) a R$ 600,00 dentre outros benefícios.
Sem citar diretamente Bolsonaro, Mauro criticou o Congresso Nacional por ter validado as propostas do Governo Federal e disse que entendia o pacote de socorro econômico como “medida eleitoreira”, “papagaiada” e ação de quem só está pensando em ganhar “votinho”. Para muitos bolsonaristas, a aproximação de Mauro nos primeiros meses do ano, sinalizando a aliança ao presidente, foi uma estratégia do governador para não deixar crescer um projeto robusto de oposição com apoio do presidente, o que fatalmente lhe tiraria do cargo.
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