ENGANOU SEGUIDORES
Pátio faz o que criticava e não voltará a dar aula
O caminho escolhido é exatamente um que ele adorava criticar enquanto gestor público. Vai fazer mestrado e receber sem dar aula
ESPIA AÍ

O ex-prefeito de Rondonópolis, Zé do Pátio (PSB), fez uma postagem, nesta semana, na qual indicou que voltará a dar aulas no campus da Unemat de Barra do Bugres, onde é servidor efetivo. Segundo apuração do MINUTO MT, contudo, os planos do veterano político, que quer voltar a um cargo eletivo em 2026, não são bem os de lecionar, até lá.
O caminho escolhido é exatamente um que ele adorava criticar enquanto gestor público. Pátio está entrando com um pedido para a realização de um mestrado, o que na prática lhe dará a condição de receber salário sem ter de ir ao encontro dos alunos. Até aí tudo bem, tudo está dentro da lei e é um direito do profissional da educação. O que chama atenção é o fato dele ter sido um crítico ferrenho desse tipo de ‘benefício’ nos últimos oito anos.
De acordo com ex-servidores administrativos que a reportagem tem acesso e também de professores que fizeram tal requisição, pouca coisa irritava tanto o ex-prefeito do que quando se via diante de um pedido do tipo por parte de algum docente, onde já sabia que teria que arcar com os vencimentos daquele efetivo e custear um outro profisional para ocupar sua lacuna. A irritação também se agregava ao fato de que, quando voltasse, aquele requerente naturalmente exigiria evolução salarial.
É aquela velha história: “se for meu o direito é uma questão de justiça, já se for dos outros o nome é regalia”. Aliás, após ter uma gestão que ficou marcada por ações administrativas que corroeram os cofres públicos, algumas virando até operação policial, Pátio resolveu levantar o tom para criticar o atual prefeito, Cláudio Ferreira (PL), em virtude da elevação salarial do chefe do Executivo Municipal, deliberada pela Câmara de Vereadores.
Pátio acabou sofrendo uma invertida que certamente o fez repensar sobre a produção de uma próxima demagogia nas redes sociais. Enquanto a postagem do ex-prefeito tem pouco mais de 600 curtidas, até a publicação desta nota de bastidores a do atual gestor ‘explodiu’ e já está com mais de 7.600 likes.
Assista:
Veja abaixo o post do ex-prefeito, onde ele sinaliza que voltará a bater ponto como professor:

ESPIA AÍ
Juíza arquiva inquérito aberto a pedido de Mauro contra Aprá e Popó
O caso já se arrastava há alguns anos e chegou até a gerar operações policiais de busca e apreensão na casa de Aprá e Popó

Em decisão publicada recentemente, a juíza Fernanda Mayumi Kobayashi, do Núcleo de Inquéritos Policiais, acatou manifestação do Ministério Público de Mato Grosso – MPMT e mandou arquivar um inquérito aberto pela Polícia Civil onde a investigação apontava a existência de uma associação criminosa que tinha como foco perseguir o governador, Mauro Mendes (UB), e sua família. Entre os denunciados estavam o jornalista, Alexandre Aprá, e Marco Polo de Freitas, o Popó, irmão do ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB).
O caso já se arrastava há alguns anos e chegou até a gerar operações policiais de busca e apreensão na casa de Aprá e Popó, bem como levou agentes de segurança atrás de Luiz Augusto Vieira Silva e William Sidney Araújo de Moraes, outros apontados na época como partes de uma ‘quadrilha’ formada por ‘malandros, sem vergonhas e irresponsáveis’, segundo comentou publicamente o próprio governador, que nunca fez questão de esconder seu protagonismo na ofensiva. Na narrativa, Mendes adotou a pauta nacional do ‘combate às fake news’, ao que classificou como uma onda de ataques à sua família.
Na decisão recente, porém, a magistrada citou a ‘inexistência de elementos suficientes’ para embasar o oferecimento de denúncia, já que não foi possível comprovar o vínculo associativo entre os envolvidos e o suposto trabalho orquestrado contra a família Mendes. Fernanda Mayumi reiterou posicionamento do MPMT, onde foi detalhado a falta de condições técnicas para configurar a materialidade delitiva apontada pelo inquérito quanto aos crimes de associação criminosa e de perseguição, consequentemente tornando imprópria a ação penal.
Mauro e a esposa, Virgínia Mendes, são acusados por Aprá de terem contratado um detetive particular, que foi gravado instalando um rastreador no carro do jornalista. Em uma gravação, o profissional da espionagem detalha que a ideia era montar uma cena para assassinar a reputação do comunicador, responsável por diversas denúncias sobre a gestão estadual, e diz que ‘trabalhava para a primeira-dama’. A acusação de Aprá, em atribuir a responsabilidade da contratação do espião à família Mendes, mesmo com a materialidade do vídeo, também foi anexada contra si na ‘Operação Fake News’ – alicerçada no inquérito agora arquivado – segundo citou a própria Polícia Civil.
Mais repercussões jurídicas
Em março de 2024, a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, determinou a suspensão dos efeitos da decisão do juiz João Bosco Soares, de Mato Grosso, que permitiu a busca e apreensão de aparelhos eletrônicos e computadores de Aprá, Popó e também do jornalista Enock Cavalcanti, ação feita tendo como base o inquérito aberto pela Delegacia de Repressão a Crimes Informáticos, sob a titularidade do delegado Ruy Peral. A liminar foi concedida nos autos da Reclamação Constitucional movida pelos jornalistas em conjunto com o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso-SINDJOR/MT, a Federação Nacional dos Jornalistas-FENAJ e o Instituto Vladimir Herzog.
Em contato com a reportagem do MINUTO MT, Popó Pinheiro citou que as decisões judiciais são capazes de evidenciar o flagrante excesso da ação policial em Mato Grosso, em virtude de pressão diretamente exercida pelo atual gestor estadual. “A decisão que obtivemos no STF, em manifestação da ministra Carmen Lúcia, bem como esse despacho agora da juíza Fernanda, deixam claro que Mato Grosso vive, na prática, uma monarquia horrenda. No lugar de se portar como homem público democrático e saber que nessa posição é natural receber críticas, o nosso “rei” usa o Estado para perseguir e acuar, com poder de polícia, quem ousa falar a verdade sobre sua gestão. É o nosso Henrique VIII”, ironizou Popó.
Até o momento, o governador não se manifestou sobre o assunto. O espaço segue aberto e o contato pode ser feito via [email protected]
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