O ex-governador e ex-senador Pedro Taques cobrou publicamente a deputada estadual Janaína Riva (MDB) após ela afirmar, em discurso no plenário da Assembleia Legislativa, que guarda dossiês com denúncias graves contra o Governo do Estado. Para Taques, manter esse tipo de material em sigilo é omissão, e a “hora certa” de revelá-los é agora.

“Como assim, deputada? A senhora recebe dossiês denunciando crimes praticados no governo do Estado, e guarda isso esperando o momento ideal? Pessoas podem estar morrendo por causa desses crimes. Pela corrupção na saúde, pela ação de facções. A senhora tem o dever funcional de entregar esses documentos”, disse o ex-senador, em resposta ao vídeo de Janaína.

A fala da parlamentar foi na sessão de quarta-feira (07) e ela disse que tinha dossiês contra a gestão de Mauro Mendes, que daria para encher a sala da casa dela.

“O que eu recebi de dossiê e de denúncia quase encheu a sala da minha casa. Eu poderia baixar o nível também”, declarou ela, insinuando ter provas contra membros do governo Mauro Mendes, mas afirmando que não as divulgará por enquanto. “Eu vou guardar tudo isso porque a hora certa vai chegar. De mostrar para Mato Grosso quem são eles”.

Pedro Taques rebateu com veemência a postura de omissão da deputada.

“A senhora não tem o dever de testemunhar, e a Constituição protege a sua fonte. Mas não autoriza esconder provas. Isso não é proteger ninguém, é comprometer sua própria credibilidade. Quem tem compromisso com o Estado não guarda denúncia em gaveta. O povo tem o direito de saber”, disse.

A Constituição Federal, no artigo 53, §6º, de fato protege parlamentares de serem obrigados a testemunhar, além de garantir o sigilo da fonte. Mas, para Taques, essa proteção não pode ser confundida com o direito de ocultar documentos que eventualmente contenham provas de crimes.