ESTÃO EM CUIABÁ
Moraes e Dino recebem título de 'cidadão mato-grossense'
As honrarias foram alvo de embate dentro do legislativo, já que foram acusadas de terem sido deliberar em sessão esvaziada
JURÍDICO
Os polêmicos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebem nesta segunda-feira (18) títulos de ‘Cidadão Mato-Grossense’. As honrarias, que foram alvo de embate no parlamento estadual, foram concedidas pela Assembleia Legislativa no dia 9 de maio e são de autoria do deputado estadual Valdir Barranco (PT).
O então presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputado estadual Gilberto Cattani (PL), ainda tentou anular a concessão das honrarias, mas acabou sendo vencido.
Segundo o bolsonarista, as honrarias propostas haviam sido aprovadas de forma irregular e sem transparência, em meio a uma reunião extraordinária que contou com votos e participação apenas de parlamentares suplentes da comissão.
Em sua justificativa, Barranco ressaltou que Moraes e Dino merecem reconhecimento pela dedicação e contribuição ao país pelos relevantes trabalhos prestados. Moraes, todavia, vive embate direto com o núcleo bolsonarista, por ter assumido o protagonismo da punição aos manifestantes do fatídico dia 8 de janeiro, bem como outras investidas contra o próprio ex-presidente.
Moraes, Dino e o decano do STF Gilmar Mendes estão no estado para palestrar no seminário “35 anos da Constituição de Mato Grosso”. O evento é realizado pela Assembleia Legislativa em parceria com Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP).
JURÍDICO
Juiz quer que chapa de Abílio devolva mais de R$ 2,8 milhões
Segundo o magistrado, os valores irregulares ultrapassaram o limite de tolerância estabelecido pela legislação eleitoral
O juiz Alex Nunes de Figueiredo, da 55ª Zona Eleitoral de Cuiabá (MT), julgou desaprovadas, nesta quinta-feira (12), as contas de campanha do prefeito eleito de Cuiabá Abilio Brunini (PL) na eleição deste ano. Além disso, o magistrado determinou a devolução de R$ 2.804.867,65 aos cofres públicos.
A decisão, embasada em parecer técnico e manifestação do Ministério Público Eleitoral, apontou que houve irregularidades na arrecadação e aplicação dos recursos de campanha. Apesar da sentença desfavorável, Abilio não corre o risco de deixar de ser diplomado ou de tomar posse no dia 1º de janeiro.
Em um dos casos analisados, não houve a comprovação de serviços contratados, como em relação à empresa T2 Comunicação, que recebeu R$ 2,18 milhões para realizar o marketing da campanha. Outro gasto citado foram R$ 300 mil pagos para a empresa MT 360 Consultoria e Comunicação Ltda.
O parecer também constatou irregularidade no pagamento de R$ 72.740,60 a candidatos do DC (Democracia Cristã) de R$ 85.404,27, a candidatos a vereador pelo PRTB (Partido Renovador Trabalhista), totalizando R$ 158.144,87. Segundo o magistrado: “as verbas oriundas de fundo público só poderiam ser utilizadas pelo próprio partido ou pelo candidato coligado”.
O parecer técnico ainda identificou inconformidades em despesas com pessoal em falhas na comprovação de pagamentos, incluindo inconsistências em contratos e registros.
Limite
Segundo o magistrado, os valores irregulares ultrapassaram o limite de tolerância estabelecido pela legislação eleitoral, comprometendo a transparência e a confiabilidade da prestação de contas. A defesa de Abilio alegou erros pontuais e apresentou justificativas para as irregularidades apontadas, mas não conseguiu saná-las a contento, de acordo com a decisão.
O magistrado afirmou que, embora a Justiça Eleitoral se limite a analisar a “verdade formal” dos documentos apresentados, as falhas constatadas foram graves e comprometem a lisura do processo.
Outro lado
A assessoria jurídica de Abilio divulgou nota a respeito da decisão. Veja abaixo:
A Assessoria Jurídica da campanha eleitoral dos candidatos eleitos, prefeito Abilio Brunini e a vice-prefeita Vânia, informa que irá apresentar embargos de declaração ao Magistrado Eleitoral, com o objetivo de demonstrar que as contas devem ser aprovadas, não havendo fundamentos para qualquer determinação de recolhimento de valores.
O principal questionamento apontado pela equipe técnica da 55ª Zona Eleitoral refere-se aos gastos com publicidade. No entanto, destaca-se que o valor gasto pela campanha foi compatível com os preços de mercado e, inclusive, inferior ao de outros candidatos.
Dessa forma, não há justificativa para devolução de recursos. Reforçamos que todos os serviços contratados foram efetivamente prestados. Isso pode ser comprovado pela veiculação do programa eleitoral em bloco e das inserções ao longo do primeiro e segundo turnos, além do amplo alcance e engajamento da campanha nas redes sociais. A equipe confia que, com os esclarecimentos apresentados, a decisão será revisada, garantindo a aprovação das contas e a exclusão de qualquer penalidade.
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