Governo e lideranças do Congresso avançaram nas concessões para a concessão de mais uma etapa do auxílio emergencial com valor de R $ 250 em quatro parcelas, com custo total de cerca de R $ 30 bilhões. O benefício deve começar a ser concedido em março, com término em junho.
Entenda as possíveis mudanças
Já há raciocínio político de que a concessão do auxílio terá de ser dado por meio da aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) de Orçamento de Guerra, semelhante, mas não igual à aprovado em 2020.
Na prática, o Orçamento de Guerra comum que o governo ampliasse os gastos no combate à pandemia livre das “amarras” das regras fiscais.
Agora, as medidas de contrapartidas de corte de despesas e renúncias fiscais, cobradas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes , serão divididas em duas etapas.
A “PEC de guerra”, que espera estar aprovada até a primeira semana de março, conterá uma versão mais compacta de medidas fiscais com base em um texto que já está no Senado, o do pacto federativo, que tem como relator o senador Márcio Bittar (MDB-AC).
Essa PEC terá uma cláusula de calamidade e permitirá que os gastos para o pagamento do auxílio não sejam incluídos no teto de gastos, a regra que impede o crescimento das despesas acima da informação, nem no Orçamento de 2021.
A PEC que vai mudar o Auxílio
A segunda PEC conterá a outra parte das medidas mais duras de corte de despesas, com o objetivo de sustentar as despesas de teto até 2026.
As lideranças buscam fechar um compromisso para que essa segunda PEC fiscal esteja aprovada até junho, quando terminará o pagamento do auxílio. A ideia é consolidar o que os líderes do governo têm chamado de “fortalecimento das âncoras fiscal e monetária”, com a garantia de cobertura de custos e aprovação da autonomia formal do BC.
A expectativa é de que até o fim da próxima semana a divisão das medidas entre as duas PECs incluídas. Segundo fontes envolvidas nas despesas, esta semana de funcionamento entre Guedes e lideranças do Congresso termina com o consenso de que o instrumento legal para o pagamento do auxílio emergencial é via “PEC de guerra”.
Auxílio X Direito
Pareceres da área jurídica do Ministério da Economia e da Advocacia-Geral da União (AGU) apontaram essa necessidade. Consultoria do Senado também deve apresentar parecer nessa direção.
Nessa primeira PEC, será retomado o estado de calamidade com medidas de ajuste. Detalhes técnicos do que será aprovado do PEC que deu origem ao orçamento de guerra ainda estão sendo discutidos entre o governo e os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
O mundo político queria o valor do auxílio em R $ 300 em seis parcelas, enquanto o ministro Guedes de R $ 200 em três parcelas. O meio termo deve prevalecer, segundo apurou a reportagem. Ou seja, devem ser pagas quatro parcelas de R $ 250.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em discurso, deu o tom da estratégia ao falar que “não basta apenas conceder mais um período de auxílio, mas é preciso ter responsabilidade fiscal”.
Bolsonaro disse que uma nova rodada do auxílio emergencial deve ser paga a partir de março e por um período de até quatro meses. A leitura na área econômica é que as medidas fiscais aprovadas na primeira e no segundo PEC.
Bolsa Família
Está descartado o movimento boletim de ampliação agora do Bolsa Família, que ficará para o segundo semestre depois do fim do auxílio. Até o fim da semana que vem, também deve estar fechado os parâmetros do público-alvo do novo auxílio.
A ideia é pagar para todas as famílias que são elegíveis ao Bolsa Família (cerca de 19 milhões) mais 11 milhões de informações que, se calcula, estão ainda enfrentando dificuldades por conta da pandemia.
A dificuldade maior é identificar quem de fato nesse grupo precisa do auxílio agora. Vários recortes de público estão sendo feitos com base nos dados do Cadastro Único e nos pagamentos que foram feitos no auxílio anterior.
Com a PEC aprovado, o pagamento do auxílio será feito por meio de contratação de dívida, sem que as despesas passem pelo Orçamento de 2021.