ANÁLISE DE CENÁRIO
Novidade e Força: Domingos Kennedy do MDB em Cuiabá
O envolvimento do MDB com Kennedy sinaliza uma estratégia clara do partido de reafirmar a pluralidade da sociedade
OPINIÃO
A sucessão política em Cuiabá tem gerado debates intensos e expectativas variadas entre os eleitores. No centro dessa discussão, encontra-se o empresário Domingos Kennedy Garcia Sales, conhecido como Kennedy, que surge como uma nova força no cenário eleitoral pelo MDB. Este fenômeno ilustra um dos princípios fundamentais da democracia: a liberdade de escolha e a possibilidade de diversificação.
A participação de Kennedy, um líder do setor industrial e agropecuário, demonstra a disposição do MDB em apostar em um representante respeitado da classe empresarial, em contraste com figuras políticas como Botelho e Lúdio.
O envolvimento do MDB com Kennedy sinaliza uma estratégia clara do partido de reafirmar a pluralidade da sociedade, dessa vez dando oportunidade a um empresário de disputar o pleito eleitoral.
Emanuel, que declarou no ano passado sua ausência na eleição, evidencia essa tendência de experimentar novos quadros de outros setores da sociedade. Botelho e Lúdio já representam a classe política, visto que ambos já são políticos experimentados em várias eleições.
A candidatura de Abílio também representa uma alternativa de mudança. Embora já tenha um mandato, ele ainda não é visto como um político convencional, o que o coloca em uma posição semelhante à de Kennedy. Este último, vindo de fora do cenário político, traz consigo uma respeitabilidade adquirida em outras áreas da sociedade. A simpatia que Kennedy desperta entre os membros da cúpula do MDB da capital, como Francisco Faiad, Juca do Guaraná e Emanuelzinho, reforça sua viabilidade como candidato.
Kennedy reflete uma mudança de perspectiva comum entre empresários que se aventuram na política. Sua trajetória de 40 anos em Cuiabá e a liderança na Associação das Empresas do Distrito Industrial (AEDIC) lhe conferem uma base sólida de apoio e uma compreensão profunda das necessidades locais. Seu compromisso com a sociedade cuiabana, onde se sente acolhido e pertencente, pode ressoar positivamente entre os eleitores que buscam uma outra visão para a cidade.
Em resumo, a entrada de Kennedy na política cuiabana pelo MDB representa um movimento significativo em direção à diversificação das opções eleitorais. Com a população atual mostrando uma preferência clara por candidatos fora do espectro político, o sucesso de Kennedy pode sinalizar uma outra era na política local. O apoio de figuras influentes do MDB e sua respeitabilidade no setor empresarial são elementos que podem consolidar sua candidatura, trazendo consigo a promessa de outras ideias para Cuiabá.
Juarez França é Presidente do Conselho Municipal de Juventude de Cuiabá
OPINIÃO
Antes que setembro acabe
Período para a chamada de consciência, pedido de cuidado com a saúde mental e a solicitação de rede de apoio para a abertura de conversas
Foi inspirado no Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10/09) que o mês de setembro foi escolhido como o mês de alerta para os cuidados da saúde mental, para quebra de tabus sobre doenças emocionais e os transtornos mentais. É uma ação que ocorre mundialmente desde o ano de 1994. No Brasil foi instituído em 2013, com o lema “Se precisar, peça ajuda”, a cor amarela, a fita e o girassol compõem os símbolos da campanha.
A demarcação do período para a chamada de consciência, para o pedido de cuidado com a saúde mental e a solicitação de rede de apoio para a abertura de conversas sobre a temática são caminhos importantes para desmistificar as doenças mentais e também para salvar vidas. Para além disso, consideramos oportuno ampliar nossos olhares. Mais do que trazer soluções e respostas, apresentamos questionamentos que podem levar a outros caminhos para o grande desafio do cuidado com a saúde mental e com o bem-estar.
Para começar: essa campanha de setembro amarelo está a serviço de quem? As pessoas vivem e enfrentam muitos desafios o ano inteiro. Ousamos dizer que as pessoas que fogem do padrão heteronormativo, as que são colocadas às margens, que tem seus direitos desrespeitados, as que convivem diariamente com abusos e violências das mais diferentes formas sofrem todos os dias. Será que todos os problemas são realmente da ordem da saúde mental?
Outras perguntas que precisamos nos fazer: será que a nossa sociedade é a grande produtora de adoecimento psíquico das pessoas? Por que as pessoas que estão fora do que é dito como “padrão” não são apoiadas, acolhidas e amadas como elas são e devem ser? Por que o sofrimento é colocado como algo a ser combatido, muitas vezes com soluções rápidas e pouco efetivas? Por que temos dificuldades de perceber a raiz dos incômodos e das causas dos sofrimentos das pessoas?
Mais questões que podem nos ajudar a sair das nossas bolhas: O que o sofrimento faz com as pessoas? Quais são os reais produtores de adoecimento mental e físico das pessoas? Como os marcadores, raça, cor de pele, gênero, orientação sexual, crença, classe, idade, geração, dentre outros atravessam a saúde das pessoas? O sofrimento é individual ou é causado por contextos, fatores, abusos e violências? O que acontece com uma pessoa que tem sua identificação, sua escolha e sua decisão de vida negados e ignorados? Como apreender as questões que envolvem o sofrimento a partir das leituras sociais?
Ainda, mais problematizações que podem indicar outros olhares e sensações: Quais corpos recebem cuidado e atenção, de fato no atendimento e tratamento da saúde mental? Por que ainda alguns corpos são escolhidos e outros preteridos? O que significa a expressão: “O outro/ aquele outro?” Quem são as pessoas que são colocadas às margens da nossa sociedade e são lidas como fora da curva? Por que isso ocorre?
E também essas questões: ainda vivemos numa sociedade que prevalece “modelos” e “padrões” de ser, viver e pertencer enquanto cidadãos? Como as dores são lidas pela nossa sociedade e quais são eleitas como legítimas? De onde e quais perspectivas ocorrem essas escolhas? Quais grupos sociais têm segurado o zelo e o bem-viver? O que, de fato, nós precisamos: politizar o sofrimento ou despatologizar a vida?
São muitas as perguntas que perpassam o nosso nascer, viver e o morrer. Há tantas questões que atravessam o nosso existir! O mês de setembro é importante, mas precisamos de mais conversas, mais alertas e mais cuidados todos os meses do ano, porque a vida é cheia de mistérios, é envolvida por muitos contextos e fatores sociais.
Julianne Caju é Jornalista, Professora e Pesquisadora.
Giselle Nunes é Psicóloga, Professora e Pesquisadora.
-
POLÍTICA5 dias atrás
Jayme pode disputar Governo de MT com apoio do PT
-
JURÍDICO4 dias atrás
Mais de 30 desembargadores de MT recebem mais de R$ 130 mil
-
POLÍCIA4 dias atrás
Corretor de imóveis é morto dentro de Hilux em Rondonópolis
-
POLÍTICA5 dias atrás
Parque Novo MT consumirá R$ 5,5 milhões só com grama