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ESQUEMA DEMONTADO

Líder Xavante de MT recebia quase R$ 1 milhão por mês de fazendeiros

Polícia Federal desmontou esquema criminoso que envolvia servidores da Funai, cacique e fazendeiros, em terras indígenas

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POLÍCIA

Damião Paridzané foi o principal nome da luta indígena pelo retorno da Marãiwatsédé ao povo Xavante. O idoso, contudo, fez disso um negócio pessoal de enriquecimento

A Polícia Federal (PF) encontrou uma bolsa com uma grande quantidade de dinheiro dentro de uma Toyota SW4, apreendida durante a deflagração da Operação Res Capta, nesta quarta-feira (17). O veículo teria sido dado de presente ao cacique Damião Paridzané, que liderava a Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé e ganhava, ilegalmente, quase R$ 1 milhão por mês arrendando áreas a produtores ruais.

Segundo as investigações, o cacique Damião Paridzané, que liderava a Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé receberia, mensalmente, R$ 900 mil pelo arrendamento ilegal de uma parte das terras indígenas que comandava para fazendeiros expandirem suas áreas de gado.

Ao todo, três homens foram presos na ação. Na suposta caminhonete de luxo de Damião, os pacotes de notas de R$ 50 se empilhavam. Ao todo, o dinheiro somou R$ 13,6 mil. O idoso indígena não foi preso na operação, mas ficou proibido pela Justiça de firmar parcerias para qualquer tipo de exploração na área, teve sua conta bancária bloqueada e não poderá manter contato com nenhum dos presos.

A Polícia Federal prendeu um coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai), um policial militar e um ex-policial da mesma corporação suspeitos de participar da organização criminosa. Foram presos Jussielson Gonçalves Silva, Enoque Bento de Souza e Gerard Maxmiliano Rodrigues de Souza.

De acordo com a Polícia Federal, Jussielson é coordenador regional da Funai em Ribeirão Cascalheira e militar da reserva. Os outros dois presos também são militares, sendo que Gerard Maximiliano é PM do estado do Amazonas, onde é segundo sargento, e Enoque Bento é ex-PM na mesma corporação, onde atuou por 20 anos. Este último tem, inclusive, uma condenação de mais de 18 anos de prisão.

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A sede da Funai de Ribeirão Cascalheira foi alvo de busca e apreensão da PF. Alguns servidores do órgão foram apontados pela PF como responsáveis por cobrar valores de fazendeiros da região para intermediar os arrendamentos nas terras indígenas. A Toyota SW4, presente dos arrendatários a Damião, também foi apreendida.

Danos ambientais

Apenas em quatro dos quinze arrendamentos ilícitos, os Peritos Criminais Federais estimaram o valor para reparação do dano ambiental em R$ 58.121.705,87 (cinquenta e oito milhões cento e vinte e um mil setecentos e cinco reais e oitenta e sete centavos).

Em razão de pedido da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, a Justiça Federal em Barra do Garças ainda consignou que os fazendeiros que estão arrendando terras no Interior da Reserva Indígena Marãiwatsédé devem desocupar a área e retirar de lá todo o gado, estimado em aproximadamente 70 mil cabeças, no prazo de 45 dias, sob pena de prisão.

Território polêmico

Marãiwatsédé – que significa mata densa no idioma Xavante, tronco linguístico Jê – está localizada entre as bacias do Xingu e Araguaia, no nordeste mato-grossense. Vivem no território aproximadamente 1057 indígenas em nove aldeias.

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A Funai declarou reconhecer o território como originário dos povos Xavante, que foi retirado da etnia pelo governo militar, na metade dos anos 1960. A terra indígena ficou nacionalmente conhecida entre os anos de 2012 a 2014, durante o Governo do PT, quando a Força Nacional de Segurança foi deslocada à região para fazer a desintrusão (retirada) de pessoas que haviam, segundo a Justiça, invadido ilegalmente o território, a partir de 1992.

Nesse período, segundo relatórios conhecidos por técnicos do setor, cerca de 90% dos 165 mil hectares da Marãiwatsédé foram ocupados por grande posseiros, ruralistas e até políticos, para a expansão da atividade agrícola e agropecuária com a produção de grandes latifúndios de soja, arroz e pastagem para milhares de cabeças e gado, por exemplo.

O cacique Damião Paridzané foi o principal nome da luta indígena pelo retorno à da Marãiwatsédé ao povo Xavante, mas com a ação de hoje (17), deflagrada pela Polícia Federal, evidencia-se que sua aparente luta pela coletividade escondia um “grande negócio” para seu próprio bolso.

 

 

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POLÍCIA

Motoristas fecham avenida de Cuiabá após morte de colegas

O buzinaço acompanhava frases como: “Travou, o bagulho aqui é sério” e “Era um por dia, na safadeza mesmo”

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Trabalhador deitou no asfalto quente em protesto pela morte de amigos de profissão

Revoltados com a morte de três colegas de profissão, cerca de 100 motoristas de aplicativo fecharam, na manhã de terça-feira (16), a Avenida da Prainha, no centro de Cuiabá.

Elizeu Rosa Coelho, de 58 anos, Nilson Nogueira, de 42, e Márcio Rogério Carneiro, de 34, foram sequestrados e mortos por três jovens, sendo dois menores de idade. Os três corpos já foram achados.

O trio alegou querer matar um motorista de aplicativo por dia para roubá-los e também pelo prazer de matar. Um deles, revelou que tinha como objetivo vingar a morte do irmão, que morreu assaltando.

Segundo a presidente do sindicato da categoria, Solange Menacho, de 57 anos, a revolta foi maior do que o medo e os motoristas de app foram às ruas para pedir Justiça pelos companheiros de profissão e chamar a atenção para o cenário de insegurança.

Há oito anos no ramo, Solange conta que há seis meses também foi sequestrada por criminosos, rendida e deixada amarrada na estrada para Santo Antônio. Segundo ela, o sentimento é o pior possível.

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Nos registros fotográficos e de videos do manifesto foi possível ver uma das principais avenidas da Capital completamente interditada pelos profissionais.

O buzinaço acompanhava frases como: “Travou, o bagulho aqui é sério” e “Era um por dia, na safadeza mesmo”. Um dos motoristas chegou a se deitar no asfalto quente para interditar a via.

Veja imagens: 

O trio de jovens criminosos – dois deles menores de idade de 17 e 15 anos, e Lucas Ferreira da Silva, de 20 – confessou o crime e disse que não iria parar. Eles teriam, segundo o delegado Nilson Farias, “tomado gosto por matar”

O caso, segundo a presidente, gerou um caos nos grupos de WhatsApp da categoria. “Os grupos já estavam bem exaltados quando os colegas começaram a sumir, depois veio a revolta com as mortes. Não foi fácil ver um parceiro, ver um amigo, que estava rodando sendo morto. Todos nós estamos muito, muito, muito revoltados”, disse.

Uma nova manifestação está sendo organizada para esta quarta-feira (17) na Orla do Porto.

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