A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quarta-feira (03), a Operação Efatá para desarticular um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico de drogas e a uma organização criminosa atuante em Mato Grosso. Ao todo, 148 ordens judiciais são cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande, Água Boa, Sinop, Primavera do Leste e no Mato Grosso do Sul.

A investigação, conduzida pela Delegacia de Repressão a Narcóticos (Denarc), identificou movimentações superiores a R$ 295 milhões feitas pelo grupo por meio de empresas de fachada, contas em nome de laranjas e pessoas jurídicas vinculadas diretamente ao núcleo criminoso. Apenas um dos investigados movimentou, sozinho, mais de R$ 295 milhões em créditos e débitos.

Entre as medidas determinadas pelo Judiciário estão 34 mandados de busca e apreensão, 40 medidas cautelares diversas de prisão, bloqueios de 59 contas bancárias (40 de pessoas físicas e 19 de empresas) que somam até R$ 41,2 milhões, além do sequestro de imóveis e 15 veículos. As ordens foram expedidas pelo Núcleo de Justiça 4.0 do Juiz de Garantias de Cuiabá.

Segundo as investigações, familiares dos alvos também participavam do esquema, movimentando quantias elevadas sem qualquer comprovação de origem lícita. A estratégia incluía o fracionamento dos valores e sua circulação entre diferentes contas para ocultar a origem do dinheiro.

A operação contou com apoio de várias unidades especializadas da Polícia Civil, além de delegacias do interior, equipes de Mato Grosso do Sul e acompanhamento da OAB-MT quando necessário. O trabalho técnico teve suporte do Núcleo de Inteligência e do Laboratório de Lavagem de Capitais da instituição.

O delegado André Rigonato, da Denarc, afirmou que o objetivo principal é impedir que a facção continue financiando suas atividades. “O foco é interromper o fluxo financeiro da organização criminosa e ampliar o alcance das ações repressivas contra o crime organizado em Mato Grosso”, disse.

O material apreendido passará por análise para identificação de novos envolvidos e aprofundamento das conexões financeiras do grupo. A operação integra o programa Tolerância Zero Contra Facções Criminosas, do Governo de Mato Grosso, e faz parte das ações da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento ao Narcotráfico (Renarc), coordenada pelo Ministério da Justiça.