FRAUDE FISCAL
Cira bloqueia R$ 379 milhões de grupo do setor de etanol
O grupo acumula mais de R$ 470 milhões em débitos com o estado e a decisão judicial busca assegurar ressarcimento dos cofres públicos
POLÍTICA

O Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira-MT) obteve na justiça o bloqueio de R$ 379,5 milhões em bens, imóveis e ativos financeiros de um grupo empresarial do setor de etanol. A empresa é investigada por montar um esquema de blindagem patrimonial e fraude estruturada para sonegar tributos.
A decisão judicial, que está sob segredo de justiça, busca assegurar com as medidas adotadas o ressarcimento dos cofres do estado. O grupo acumula mais de R$ 470 milhões em débitos com o Estado de Mato Grosso e cerca de R$ 639 milhões em obrigações fiscais federais.
As investigações foram realizadas pela Coordenadoria de Inteligência da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-MT), que utilizou rastreamento financeiro, cruzamento de dados societários, análise de registros patrimoniais e transações imobiliárias. O trabalho revelou uma estrutura jurídica supostamente criada para dificultar a cobrança de tributos e atrapalhar as investigações.
“Essa é uma resposta firme do Estado contra estratégias ilegais de ocultação de patrimônio. A investigação mostrou que o grupo concentrava dívidas em uma única empresa operacional, enquanto o patrimônio era transferido para outras empresas do mesmo grupo, com o objetivo de esconder os bens. Esse tipo de fraude prejudica a justiça fiscal e a concorrência leal”, afirmou o coordenador de Inteligência da PGE-MT, procurador Wilmer Cysne Prado Vasconcelos Neto.
O delegado titular da Delegacia Fazendária, Walter de Melo Fonseca Júnior, destacou que o grupo é considerado devedor contumaz. “Utilizava estruturas jurídicas para esconder patrimônio e evitar o cumprimento da lei. A atuação do Cira-MT mostra que o combate aos crimes contra a ordem tributária exige investigação financeira e enfrentamento de esquemas empresariais sofisticados. Esse resultado reforça o compromisso com a proteção do interesse público.”
A promotora de Justiça Anne Karine Louzich Hugueney Wiegert, Secretária-Geral do Cira-MT, destacou a relevância da atuação conjunta dos órgãos públicos no combate à sonegação fiscal. “Sem dúvida, essa estrutura de trabalho, por meio de um Comitê Interinstitucional, favorece a sinergia dos órgãos e instituições, e torna a recuperação de créditos fiscais de titularidade do Estado ainda mais eficaz. Nosso papel, enquanto comitê, é demonstrar que o Estado está preparado para enfrentar práticas que lesam os cofres públicos”, apontou.
O Cira-MT é formado por representantes do Ministério Público Estadual (MPE), Procuradoria-Geral do Estado (PGE), Controladoria-Geral do Estado (CGE), Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp/PJC-Defaz) e Secretaria de Fazenda (Sefaz). O Comitê atua no combate a grandes esquemas de sonegação fiscal e ocultação de patrimônio.

POLÍTICA
Bolsonaro impõe aliança com Mauro e deixa Wellington isolado
Decisão de Valdemar Costa Neto, chancelada por Bolsonaro, confirma apoio do PL ao grupo governista e esvazia a pré-candidatura do senador

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, confirmou nesta terça-feira (21), em Brasília, ao presidente da sigla em Mato Grosso, Ananias Filho, que o ex-presidente Jair Bolsonaro quer o partido alinhado ao grupo do governador Mauro Mendes (União) nas eleições de 2026. A decisão muda o rumo da disputa e atinge diretamente o senador Wellington Fagundes (PL), que vinha se apresentando como pré-candidato ao Palácio Paiaguás. A informação foi dada com exclusividade pelo site MidiaNews.
O acordo prevê apoio à candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) ao governo do Estado e a dobradinha de Mendes e do deputado federal José Medeiros (PL) para o Senado. A composição foi avalizada por Bolsonaro e por Michelle Bolsonaro e encerra meses de especulações dentro do partido sobre a posição do ex-presidente em Mato Grosso.
Conforme antecipado também pelo MidiaNews, Bolsonaro entregou a Valdemar uma lista com nomes que devem ter o respaldo do PL nas próximas eleições. No início da tarde, Valdemar e Ananias se reuniram na sede do partido, em Brasília, onde a decisão foi consolidada. Ananias não respondeu aos contatos da imprensa após o encontro.
Ainda hoje, uma reunião estava prevista com Wellington Fagundes para comunicar oficialmente a decisão. Segundo interlocutores, a expectativa é de que o senador “compreenda o movimento estratégico” e aceite a composição em nome da unidade da legenda. Nos bastidores, porém, aliados de Fagundes tratam a articulação como uma verdadeira “rasteira”, já que o senador contava com o aval de Bolsonaro para manter seu projeto estadual.
A nova configuração deve redesenhar o cenário político em Mato Grosso. O apoio a Mauro Mendes e Pivetta reforça a aproximação entre o bolsonarismo e o grupo governista, especialmente por pautas econômicas e de gestão que têm garantido protagonismo ao Estado no cenário nacional.
Embora filiado ao Republicanos, Pivetta é visto pelo entorno de Bolsonaro como um gestor pragmático, afinado com bandeiras liberais e com interlocução forte junto ao agronegócio — setor considerado estratégico pelo ex-presidente.
Nos bastidores, dirigentes do PL avaliam que o apoio antecipado reduz tensões internas e fortalece o campo conservador, unindo o partido em torno de um projeto com maior chance de vitória. Já para Wellington Fagundes, a decisão representa o maior isolamento político de sua carreira — um sinal de que, no xadrez de 2026, Bolsonaro escolheu um novo aliado em Mato Grosso.
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