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Criação do Conselho do Leite fomentará cadeia produtiva em Mato Grosso
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Uma das preocupações da atual diretoria da Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite-MT) é a relação do produtor com a porteira para fora. Segundo o presidente eleito neste mês de junho, Dolor Vilela Figueiredo Neto, também presidente do Sindicato Rural de Juscimeira, boa parte não sabe como é formado o preço do leite pago ao produtor e nem como calcular o custo do seu leite.
Uma das ferramentas para auxiliá-lo nesta tarefa, entre outras, será a criação de um Conselho Paritário de Produtores e Indústrias de Leite (Conseleite), já existente em estados como Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, cuja função é propor soluções conjuntas, entre produtores e indústrias, para problemas comuns do setor.
Um passo neste sentido já foi dado. Na segunda-feira, 24, realizou-se a primeira reunião da Câmara Técnica, quando se discutiu os parâmetros de utilização das informações a serem geradas pelo Conseleite. “Ainda não foi sua instalação, mas já estamos encaminhando para consolidá-lo no Estado”, diz Dolor Vilela, argumentando que todas estas informações são sigilosas, confidenciais.
“Com o conselho, o produtor passa a ter uma ferramenta excepcional para observar e alinhar sua produção. Quando for colocado o preço de sugestão, ele passa a ter um parâmetro para programar sua vida. Haverá uma escala de preço, de acordo com a qualidade do leite”, explicou.
Como funciona
O Conseleite é uma associação civil, sem personalidade jurídica (portanto, informal), com estatuto e regulamentos próprios, que reúne, de forma paritária, representantes dos produtores rurais e de leite e indústrias de laticínios. No caso de Mato Grosso, a presidência será rotativa – a cada ano assume um representante de uma das partes.
Segundo seus idealizadores, sua criação se baseou na necessidade de estabelecer, sempre em comum acordo entre produtores e indústrias, formas alternativas de remuneração do leite ao produtor, que reduzissem os conflitos gerados após a desregulamentação do setor na década de 1990.
Após a instalação do Conseleite mato-grossense, seus membros passarão a se reunir mensalmente para avaliar e aprovar os preços de referência do leite. No caso de Mato Grosso do Sul, por exemplo, há uma calculadora para fazer a simulação do preço de referência ao produtor, onde são analisados teor de gordura, de proteína, de CCS (Contagem de Células Somáticas), CBT (Contagem Bacteriana) e quantidade entregue ao laticínio.
“Assim que o sistema estiver funcionando, o produtor terá possibilidade de direcionar sua produção e melhorar a qualidade do seu leite, contribuindo para a sua profissionalização. Em minha opinião, vai abrir a cabeça de muitos produtores”, conclui Dolor Vilela, acrescentando que estes dados estarão disponíveis na internet e em aplicativos de celular.
Fonte: MinutoMT com Assessoria
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Abril deve ter queda no trigo e na soja, mas aumento no farelo, prevê Anec
As exportações brasileiras de grãos em abril devem apresentar um cenário misto, com queda no trigo e na soja em grão, enquanto o farelo de soja registra um aumento expressivo. Segundo projeções da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), o volume de trigo embarcado no mês deve totalizar 110.592 mil toneladas, significativamente inferior às 176.556 toneladas exportadas em abril de 2023. Já para a soja em grão, a estimativa é de 13.744 milhões de toneladas, representando uma ligeira queda em relação às 14.046 milhões de toneladas exportadas no mesmo período do ano passado.
A queda nas exportações de trigo é atribuída principalmente à menor disponibilidade do cereal no mercado interno, em decorrência da safra colhida no final do ano passado ter sido menor que a do ano anterior. Além disso, a forte demanda internacional por trigo, impulsionada pela guerra na Ucrânia, direcionou parte da produção brasileira para o mercado interno, a fim de atender à demanda doméstica e garantir a segurança alimentar do país.
A ligeira queda nas exportações de soja em grão em abril também se deve à menor disponibilidade do produto no mercado interno, em consequência da safra colhida no início do ano ter apresentado um volume inferior ao do ano passado. Apesar disso, o setor ainda se encontra em um momento favorável, com preços no mercado internacional em alta e demanda aquecida, principalmente da China, principal destino das exportações brasileiras de soja.
Em contraste com o trigo e a soja em grão, o farelo de soja deve registrar um aumento expressivo nas exportações em abril. A ANEC estima que o volume embarcado no mês alcance 2.581 milhões de toneladas, um aumento significativo em relação às 1.742 mil toneladas exportadas em abril de 2023. Esse crescimento é impulsionado pela forte demanda internacional por farelo de soja, utilizado na alimentação animal, em um momento em que a produção de carne no mundo está em expansão.
Na semana encerrada em 13 de abril, o Brasil exportou 2.951 milhões de toneladas de soja em grão. No entanto, para o período entre 14 e 20 de abril, a ANEC não prevê embarques desse produto. Já para o farelo de soja, as exportações na última semana atingiram 371.202 mil toneladas, e a previsão para esta semana é de cerca de 683.710 mil toneladas.
As perspectivas para as exportações brasileiras de grãos nos próximos meses são positivas. A demanda internacional por alimentos deve se manter aquecida, impulsionada pelo crescimento da população mundial e pela elevação da renda em países em desenvolvimento. Além disso, a guerra na Ucrânia pode abrir novas oportunidades para o Brasil, que se consolida como um dos principais fornecedores de grãos para o mercado global.
O mercado brasileiro de grãos apresenta um cenário dinâmico, com diferentes produtos com performances distintas. Apesar da queda nas exportações de trigo e soja em grão em abril, o setor ainda se encontra em um momento favorável, com o farelo de soja registrando um aumento expressivo nas exportações. As perspectivas para os próximos meses são positivas, com a expectativa de que a demanda internacional por alimentos continue aquecida, beneficiando o agronegócio brasileiro.
Fonte: Pensar Agro
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