EMENDAS PARLAMENTARES
Deputados de MT têm a 3ª maior cota individual do país
Os deputados estaduais de Mato Grosso vão dispor de R$ 28,03 milhões cada em emendas parlamentares individuais em 2025
POLÍTICA

Os deputados estaduais de Mato Grosso vão dispor de R$ 28,03 milhões cada em emendas parlamentares individuais em 2025, a terceira maior cota entre todas as Assembleias Legislativas do país. Apenas os parlamentares do Distrito Federal, com R$ 30,18 milhões, e de Minas Gerais, com R$ 28,23 milhões, terão valores maiores.
O dado consta em levantamento divulgado nesta quinta-feira (10) pelo jornal Folha de S.Paulo, que analisou a destinação de emendas em 24 estados com regras específicas para esse tipo de despesa, a maioria delas prevista em constituições estaduais. Três unidades da federação não possuem normas fixas para o repasse dessas verbas.
Reportagem do jornal A Gazeta mostrou que em Mato Grosso, além de expressivos valores individuais, o modelo de repasse tem chamado atenção: boa parte das emendas é executada por meio de transferências especiais — conhecidas como “emendas Pix” — que depositam os recursos diretamente nos cofres municipais, com exigência reduzida de prestação de contas e menor controle sobre sua aplicação.
No total, o estado aparece em 6º lugar entre os que mais reservam recursos para emendas impositivas no orçamento. Para 2025, estão previstos R$ 672,6 milhões exclusivamente para atender indicações parlamentares. À frente estão Minas Gerais (R$ 2,174 bilhões), São Paulo (R$ 1,19 bilhão), Paraná (R$ 776,09 milhões), Santa Catarina (R$ 726,01 milhões) e Distrito Federal (R$ 724,24 milhões).
Além das emendas individuais, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) também autoriza emendas de bancada regional e de blocos partidários. Em 2024, o governo estadual pagou R$ 63,5 milhões em emendas apresentadas por lideranças partidárias e outros R$ 18,9 milhões oriundos da Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária.
O crescimento no volume de emendas ocorreu em 2023, após a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que elevou de 1% para 2% o percentual do orçamento reservado aos parlamentares. A medida gerou tensão entre a Assembleia e o governador Mauro Mendes (União), que chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte validou o aumento, desde que metade dos recursos seja destinada à saúde.
Max Russi defende emendas
Defensor das emendas, o presidente da ALMT, deputado Max Russi (PSB), argumenta que os repasses garantem que o orçamento estadual chegue a regiões que, muitas vezes, não estão no radar do Executivo estadual.
“As emendas parlamentares significam a chegada do orçamento em municípios e em áreas que muitas vezes não são estratégicas para o governo do Estado. Então, com elas, conseguimos realizar ações pequenas que se tornam muito importantes para aquela população”, disse.
Ele cita como exemplo a construção de obras como miniestádios, quadras esportivas e pequenos centros comunitários.
“Pode ser só um campo de futebol, mas para aquela comunidade, o impacto é gigante”, afirmou.
Para Russi, o debate sobre a execução orçamentária deve envolver a sociedade e reforça que os parlamentares, como representantes do povo, têm o direito de indicar onde investir os recursos públicos.
“O orçamento é do povo, não do Executivo ou de qualquer outro poder. Precisamos envolver o cidadão nessa discussão. E nós, deputados, temos autonomia para apontar prioridades”, concluiu.

POLÍTICA
Deputados querem secretários fora do governo já em dezembro
Movimentação de pré-candidatos no secretariado estadual gera incômodo na Assembleia Legislativa pelo uso da máquina pública

A movimentação de secretários estaduais rumo às eleições de 2026 já provoca desconforto entre deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Nos bastidores, cresce a articulação para que os auxiliares diretos do governador Mauro Mendes (União) que desejam disputar cargos eletivos deixem seus cargos ainda em dezembro deste ano — três meses antes do prazo legal de desincompatibilização, em março de 2026.
O deputado estadual Júlio Campos (União) foi o primeiro a defender publicamente a proposta, que já circula entre parlamentares como forma de “nivelar o jogo” e evitar o uso da estrutura governamental em benefício de futuras candidaturas.
“Eles vão ter que deixar o cargo até abril. Então também, se a Assembleia quiser, pode acertar com o governador para eles se afastarem no dia 31 de dezembro, agora, para evitar um jogo desigual. Como já foi feito no passado, em alguns governos, secretário que fosse disputar a eleição se afastava no último dia do ano anterior”, sugeriu.
Os nomes mais citados como potenciais candidatos são os secretários de Saúde, Gilberto Figueiredo; de Educação, Alan Porto; e o presidente da MT Par, Wener Santos. Os três têm mantido intensa agenda pública e são frequentemente mencionados como nomes fortes para a disputa a deputado federal ou estadual.
A proposta de Júlio Campos ecoa críticas feitas anteriormente pelo deputado Eduardo Botelho (União), que já havia ironizado o fato de gestores “técnicos” agora demonstrarem ambições eleitorais. O governador Mauro Mendes, por sua vez, reagiu às críticas dizendo que cada gestor tem o direito de construir seu caminho político, desde que cumpra suas funções com competência — avaliação compartilhada por Júlio.
Apesar do incômodo de alguns colegas, o veterano parlamentar minimizou a concorrência. “Meu voto é meu voto. Júlio é Júlio. Qualquer um que disputar faz bem. Eu gostaria que viessem mais gente pro voto. Nós fazemos, em vez de quatro, fazemos oito deputados estaduais e quatro federais. Como no passado era o nosso PFL, o nosso DEM”, afirmou.
E mandou um recado aos que temem a disputa: “Candidato que tem medo de disputar a eleição, de pedir voto, não deve ser candidato. Eu já disputei oito eleições, perdi duas, ganhei seis e posso disputar mais uma ou mais duas, né? Dependendo da minha saúde, não tenho medo de disputar.”
Nos próximos meses, a proposta de saída antecipada deve ganhar força nas conversas entre Palácio Paiaguás e Assembleia, sobretudo se os secretários intensificarem seus movimentos políticos. Para os deputados, quanto mais cedo a desincompatibilização, menor a vantagem de quem tem caneta na mão.
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