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OSTENTAÇÃO

Janaina acusa Governo Mauro de “desfile de vaidades”

A fala ocorreu em meio à cobrança pelo pagamento das emendas parlamentares, especialmente aquelas destinadas à saúde.

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POLÍTICA

Deputada alfinetou “pompa” da gestão estadual, fala que foi entendida diretamente para a primeira-dama, e comparou gastos vultuosos do Parque Novo MT em detrimento da precariedade de setores essenciais

Em discurso inflamado na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) nesta quarta-feira (07), a deputada estadual, Janaina Riva (MDB), após ser colocada na “oposição” pelo governador do estado, Mauro Mendes (União), fez duras críticas ao que classificou como “ostentação e vaidade financiadas com dinheiro público” por parte do Governo Estadual.

A fala ocorreu em meio à cobrança pelo pagamento das emendas parlamentares, especialmente aquelas destinadas à saúde. Segundo a parlamentar, o governo admite abertamente que não trata de forma igualitária os deputados.

O que se manifestou na palavra do governador é que ele só paga emenda de quem não o contradiz. Uma posição extremamente autoritária”, afirmou. Janaina ainda lembrou que após cobranças feitas na semana anterior, o governador, o secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, e até a primeira-dama, Virginia Mendes, reagiram fortemente, citando até que servidores comissionados entraram nos sites para tentar deslegitimar as críticas recebidas pelo trio.

A deputada também denunciou o que vê como um cenário de inversão de prioridades, em que falta investimento em áreas essenciais enquanto se exibe luxo com dinheiro do Estado. “O que se vê em Mato Grosso é um desfile de ego e vaidade, andando de jatinho pago com dinheiro público. Enquanto o povo vai para reunião política com o próprio dinheiro, tem gente desfilando joias nas redes sociais, usando batedores de polícia como se fosse uma super celebridade. Quem se diz voluntário tem mais segurança da PM do que um município inteiro”, disparou, em crítica velada à Virginia Mendes, voluntária da Unidade de Ações Sociais e Atenção à Família (Unaf), ligada ao gabinete do governador.

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Ela ressaltou que destinou 92% de suas emendas para a saúde nos 142 municípios do estado e que não acha justo os cidadãos “pagarem” por uma questão política e mesquinha do governador. “Não é para mim que vai a ambulância de Sorriso ou o custeio de Barra do Bugres. É para o cidadão. E mesmo assim, até hoje, nada foi pago”, disparou. Janaina afirmou que, pela primeira vez, seu gabinete perdeu quatro pacientes que aguardavam por um leito de UTI.

Outro ponto da crítica foi o contraste entre a falta de serviços básicos e os altos investimentos em projetos grandiosos. “Enquanto mães morrem por falta de parto adequado e prefeitos são humilhados com chá de cadeira de cinco horas, o governo gasta quase R$ 2 bilhões em parque para rico andar de kart. Tem mais de 10 mil crianças entre 0 e 3 anos fora da creche. Isso é desigualdade escancarada”, atacou, referindo-se ao Parque Novo Mato Grosso, que vem conseguindo uma quantidade surpreendente de recursos públicos para ser construído. 

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Por fim, anunciou que está apresentando uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para obrigar o pagamento de pelo menos 50% das emendas da saúde até o meio do ano. “Parque pra festa e ostentação não são necessidades do Estado. Até agora, não saiu um centavo para as emendas da saúde, mas teve dinheiro para evento. Saúde é prioridade.

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POLÍTICA

MT terá o maior custo do país com criação de vagas na AL

Ampliação de cadeiras no Congresso provoca efeito cascata nas assembleias estaduais e pode custar mais de R$ 140 milhões por ano

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O custo anual por parlamentar mato-grossense é de aproximadamente R$ 3,57 milhões

Mato Grosso lidera o ranking nacional de impacto financeiro com a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados que amplia o número de parlamentares. Caso o projeto seja confirmado no Senado, o Estado terá seis novas cadeiras na Assembleia Legislativa (ALMT), o que gerará um custo anual adicional de R$ 21,4 milhões aos cofres públicos.

O aumento ocorre por efeito cascata: com a criação de duas novas vagas para a bancada federal de Mato Grosso, automaticamente serão abertas seis novas cadeiras estaduais, conforme estabelece a Constituição. Em todo o país, 30 novos deputados estaduais serão criados, somando mais de R$ 76 milhões em gastos por ano. Quando somado ao custo extra de R$ 64,8 milhões da Câmara dos Deputados, o impacto total ultrapassa os R$ 140 milhões anuais.

O levantamento foi feito pelo jornal O Estado de S. Paulo com base nos portais de transparência dos legislativos estaduais, considerando salários, verbas indenizatórias, auxílios e despesas com assessores. Cada deputado estadual em Mato Grosso recebe R$ 34,7 mil de salário, R$ 65 mil de cota parlamentar e pode nomear até 60 assessores, com custo mensal de R$ 180 mil. O custo anual por parlamentar mato-grossense é de aproximadamente R$ 3,57 milhões.

As assembleias do Rio Grande do Norte e do Amazonas também teriam direito a seis novos deputados. Os custos aos cofres estaduais seriam de, respectivamente, R$ 16,8 milhões e R$ 15,9 milhões. Cada parlamentar potiguar tem direito a 27 assessores. Pará (R$ 9,5 milhões) e Santa Catarina (R$ 4 milhões) ganharão quatro deputados, enquanto Ceará (R$ 2,25 milhões) e Paraná (R$ 1,9 milhão) receberão um parlamentar extra.

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Segundo o especialista em gestão pública Wellington Arruda, além desses valores, ainda há gastos indiretos, como veículos oficiais, diárias e cursos. “Quanto mais deputados, mais se diluem os recursos dentro do teto permitido, mas o custo total da máquina legislativa aumenta”, alerta.

O projeto de ampliação de vagas na Câmara é uma resposta do parlamento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a revisão da distribuição de deputados com base na população atual dos Estados. Como alternativa à redistribuição das 513 cadeiras existentes — que faria Estados como Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco perderem representantes —, o Congresso optou por aumentar o total de vagas para 531 deputados federais, beneficiando os Estados que mais cresceram demograficamente.

Com isso, além de Mato Grosso, também receberão seis novos deputados estaduais o Rio Grande do Norte e o Amazonas. Os custos estimados para esses Estados são de R$ 16,8 milhões e R$ 15,9 milhões por ano, respectivamente. Outros Estados, como Pará e Santa Catarina, ganharão quatro cadeiras; Minas Gerais, Goiás, Paraná e Ceará terão uma vaga extra cada.

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Para Marina Atoji, diretora de programas da Transparência Brasil, a medida não visa necessariamente ampliar a representatividade: “É um mecanismo para criar mais cargos e ampliar o controle partidário sobre verbas públicas. A proporcionalidade poderia ser resolvida com a redução de algumas bancadas, mas isso é descartado por motivos políticos”.

Estado conservador, gasto progressivo

O aumento no número de parlamentares também pressiona as contas de Estados com dificuldades fiscais. Embora Mato Grosso tenha uma das maiores receitas per capita do país, a criação de novas despesas permanentes contraria o discurso de austeridade e eficiência defendido por parte da própria base governista local.

O economista Felipe Salto, da Warren Investimentos, destaca que, mesmo sendo um impacto pequeno diante do orçamento nacional, o aumento de despesas com parlamentares é inoportuno. “O Congresso deveria estar ajudando a conter o avanço dos gastos obrigatórios, não ampliando o peso da máquina pública”, criticou.

A proposta ainda precisa passar pelo Senado para se tornar definitiva. Se for aprovada, valerá a partir da eleição de 2026, quando as novas cadeiras começarão a ser ocupadas — com salário e estrutura possivelmente reajustados até lá.

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