VENDA DE SENTENÇAS
PF detalha como ‘mestre dos magos’ lavava R$ 10 milhões por dia
Segundo o inquérito, Andreson movimentou mais de R$ 10 milhões por dia e usava empresas de fachada para disfarçar propinas e subornos
JURÍDICO
A Polícia Federal identificou uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro e venda de sentenças judiciais atribuída ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, conhecido como o “mestre dos magos” ou “lobista dos tribunais”. Segundo o inquérito da Operação Sisamnes, Andreson movimentou mais de R$ 10 milhões por dia e usava empresas de fachada, inclusive uma transportadora, para disfarçar propinas e subornos a servidores e magistrados.
O esquema, sustentado por pelo menos 14 operadores, envolvia advogados, servidores do STJ e consultores jurídicos. As investigações apontam que os valores ilícitos eram registrados como honorários advocatícios e contratos fictícios de transporte, conferindo aparência legal às transações.
A principal empresa do grupo, Florais Transporte Ltda., funcionava como núcleo de redistribuição de recursos a juízes, lobistas e empresários. Apenas uma conta da empresa registrou R$ 72 milhões em créditos e R$ 73 milhões em débitos. A PF também apura o envolvimento da mulher de Andreson, Mirian Ribeiro, que teria movimentado milhões em cartões de crédito e contas bancárias entre 2019 e 2023.
O relatório menciona ainda o assassinato do advogado Roberto Zampieri, parceiro de Andreson, morto em 2023, e aponta indícios de entregas de dinheiro dentro do STJ. Parte dos recursos teria sido usada para bancar viagens e ingressos de Fórmula 1.
Andreson cumpre prisão domiciliar em Primavera do Leste (MT) desde julho, por decisão do ministro Cristiano Zanin. A defesa dele não se manifestou.
Leia a matéria completa no Estadão:
JURÍDICO
Lobista volta à prisão após forjar piora no quadro de saúde, diz PF
Segundo a PF, Andreson Gonçalves simulou fragilidade física para obter prisão domiciliar; ministro Zanin determinou nova detenção preventiva
O lobista Andreson de Oliveira Gonçalves, suspeito de vender decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ), voltou à prisão nesta quarta-feira (12) após determinação do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal concluiu que o lobista havia forjado a piora de seu estado de saúde ao realizar uma greve de fome voluntária. As informações são do Estadão.
Preso preventivamente no âmbito da Operação Sisamnes, Andreson havia conseguido prisão domiciliar em julho, quando Zanin considerou relatórios médicos que apontavam perda de peso e quadro de saúde debilitado. Quatro meses depois, a PF informou ao Supremo que o suspeito havia se recuperado e que havia indícios de manipulação da própria condição física para obter o benefício. Com base nesse relatório, o ministro determinou o retorno do lobista ao sistema prisional, em uma unidade de Mato Grosso. Ele estava em prisão domicilar em Primavera do Leste,
A defesa de Andreson reagiu com indignação. O advogado Eugênio Pacelli classificou a decisão como “surpreendente e desfundamentada”, afirmando que foram desconsiderados laudos do Instituto Médico Legal (IML). “Esqueceram o laudo do IML e seu diagnóstico com base em exames de imagem e outros, para validar 50 minutos de dois policiais médicos na casa dele. A ser assim, se ele se suicidar, dirão que, como foi voluntário o suicídio, ele deverá ser enterrado no presídio”, ironizou.
O lobista é investigado por envolvimento em um esquema de venda de decisões judiciais e lavagem de dinheiro, revelado após a apreensão do celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em dezembro de 2023 em Cuiabá. Conversas encontradas no aparelho mostraram que Andreson tinha acesso a minutas de decisões de ministros do STJ e dizia poder influenciar julgamentos.
A Polícia Federal identificou transferências que somam mais de R$ 4 milhões a um assessor do STJ e movimentações milionárias feitas por meio de empresas de fachada. Andreson também é suspeito de ter comprado decisões judiciais em Mato Grosso. O inquérito segue em andamento.
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